Walmart rompe com fábrica chinesa que emprega norte-coreanos
Nova York, 5 Out 2017 (AFP) - O grupo americano Walmart, acusado de ter vendido frutos do mar e salmão processados em uma fábrica chinesa que empregava norte-coreanos, proibiu seus fornecedores de se abastecerem nesta fábrica.
Numa investigação publicada na quarta-feira (4), a agência de notícias AP afirmou que os consumidores americanos financiaram, indiretamente, o programa nuclear norte-coreano, ao comprar mariscos e peixes no Walmart e nos supermercados alemães Aldi.
A agência descobriu que a fábrica de processamento de frutos do mar de Hunchun, uma cidade chinesa perto da fronteira com a Rússia e a Coreia do Norte, empregava norte-coreanos que entregavam 70% de seus salários ao governo de Pyongyang.
"Auditamos e investigamos esse local e lhe demos a tarja vermelha no começo do ano, por não ter colaborado com nossa investigação, o que significa que os fornecedores já não poderão se abastecer nele para vender produtos ao Walmart", declarou nesta quinta-feira (5) à AFP Marilee McInnis, uma porta-voz do número um mundial da distribuição.
Essa informações foram difundidas enquanto Washington quer cortar todas as fontes de financiamento de Pyongyang para impedir o desenvolvimento dos programas balístico e de armas nucleares norte-coreanos.
O Departamento de Tesouro anunciou no fim de setembro novas sanções contra oito bancos norte-coreanos e 26 cidadãos dessa origem que operam no exterior, acusados de "facilitar" o financiamento do programa.
As empresas americanas e as que operam em território americano são proibidas de fazer negócios com empresas norte-coreanas ou com grupos que mantenham laços com Pyongyang, sob pena de sanções.
"Combater o trabalho forçado é um problema complexo que não pode ser realizado por só uma empresa, uma só indústria, ou um governo", destacou McInnis.
Os supermercados alemães Aldi não responderam aos pedidos da AFP. Segundo a reportagem da AP, produtos da marca "Sea Queen" desta cadeia foram fabricados em Hunchun.
Cerca de 100 contêineres repletos de produtos processados nas fábricas de Hunchun (sobretudo caranguejo e salmão) foram embarcados para os Estados Unidos e Canadá no começo do ano, segundo a agência americana. Eles também foram importados pela Alemanha e outros países da União Europeia
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