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Wells Fargo é multado em US$ 1 bilhão por práticas ilícitas

20/04/2018 15h38

Nova York, 20 Abr 2018 (AFP) -
O banco americano Wells Fargo deverá pagar 1 bilhão de dólares de multa - a mais alta já infringida a uma empresa na era Donald Trump - devido a práticas comerciais ilícitas no setor de hipotecas e créditos automotivos, anunciaram nesta sexta-feira (20) autoridades reguladoras do setor.

O grupo "se dedicou a práticas imprudentes e arriscadas mediante a realização de apólices de seguro de garantia para empréstimos de carro e a cobrança de tarifas que estavam associadas", apontou a reguladora bancária OCC (Escritório de Controle da Moeda, na sigla em inglês), em uma declaração.

A entidade descobriu que o banco, que tem 8.200 agências nos Estados Unidos e emprega 265 mil pessoas, cobrou excessivamente a alguns clientes com dívidas imobiliárias.

O montante da multa reflete "a gravidade das infrações e violações da lei, o dano financeiro causado aos consumidores e a incapacidade do banco de corrigir suas deficiências", justificou o OCC.

As entidades reguladoras exigiram que o banco da Califórnia devolva aos clientes afetados as somas cobradas indevidamente e fortaleça seu programa de gestão de riscos.

Essa é a mais multa imposta desde a chegada à Casa Branca de Donald Trump em janeiro de 2017. Seu governo flexibilizou consideravelmente as regulamentações financeiras impostas pela lei Dodd-Frank para evitar uma nova crise como a de 2008.

"Avançamos no fortalecimento de nossos procedimentos operacionais e controles internos", disse Tim Sloane, CEO do Wells Fargo. Mas "ainda temos muito a fazer", reconheceu.

De imediato, essa multa não terá um grande impacto financeiro para o banco, além de reduzir seu lucro líquido em 800 milhões de dólares no primeiro trimestre, para 4,7 bilhões. A instituição continua sendo uma das empresas americanas mais lucrativas.

No entanto, é um golpe para a reputação do Wells Fargo, ainda considerado o maior banco dos Estados Unidos, não apenas porque a maioria de suas operações cobre o financiamento da economia real, através de empréstimos a famílias e PMEs, mas também devido à baixa exposição nos mercados financeiros.

Desde 2016, a instituição está atolada em uma série de escândalos, dos quais a mais gritante é a abertura de 3,5 milhões de contas falsas em nome de clientes sem o conhecimento deles.

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