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Empresa da Dinamarca alerta para risco de corte de gás da Rússia ao país

Gazprom pediu pagamentos em rublos, a moeda corrente na Rússia, o que foi recusado pela Orsted - Maxim Shemetov/Reuters
Gazprom pediu pagamentos em rublos, a moeda corrente na Rússia, o que foi recusado pela Orsted Imagem: Maxim Shemetov/Reuters

Em Copenhage (Dinamarca)

30/05/2022 15h59Atualizada em 30/05/2022 16h04

A companhia de energia Orsted, da Dinamarca, alertou hpje que a Rússia poderia cortar o fornecimento de gás depois que a empresa se negou a realizar o pagamento em rublos, mas ressaltou que poderia recorrer ao mercado europeu para se abastecer.

"A Gazprom Export segue pedindo que a Orsted pague o fornecimento em rublos", disse a empresa em um comunicado.

Além disso, a companhia do país escandinavo insiste que não tem "nenhuma obrigação legal [de pagar em rublos] segundo o contrato", e disse à Gazprom Export que não vai fazê-lo.

"Porém, existe o risco de a Gazprom Export interromper o fornecimento de gás para a Orsted. O que, do ponto de vista da Orsted, seria o descumprimento do contrato", acrescentou.

Como resposta às sanções internacionais após a invasão russa da Ucrânia, Moscou afirmou que só aceitará o pagamento do gás do país em rublos, e que os compradores teriam que abrir uma conta bancária na Rússia, caso contrário, fecharia a torneira.

A Orsted, pelo lado da empresa, insistiu que, a partir da data limite de 31 de maio, continuará pagando o fornecimento russo em euros.

A Rússia já interrompeu o fornecimento à Polônia, Bulgária e à vizinha Finlândia.

Como a Dinamarca não tem nenhum gasoduto direto com a Rússia, a companhia explicou que seria capaz de continuar comprando gás russo no mercado europeu.

"Apoiamos a decisão da Orsted", afirmou a primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen em Bruxelas, onde os líderes da União Europeia se reuniram para superar divisões e alcançar um acordo para o embargo às importações de gás russo.

A Orsted também explicou que estava abastecendo as reservas em instalações na Dinamarca e Alemanha para garantir o fornecimento a seus clientes.

Segundo a agência de energia dinamarquesa, o gás representa 18% do consumo de energia do país em um ano. Em 2019, três quartos desse gás foram extraídos no país.