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De 'menino de ouro' do Citi a réu acusado de manipular câmbio

Chris Dolmetsch e Bob Van Voris

24/10/2018 15h35

(Bloomberg) -- Um ex-operador de câmbio do Citigroup hoje acusado de manipular mercados de câmbio era um "menino de ouro" muito solicitado no banco, graças a seus conhecimentos e capacidade de comunicação, de acordo com uma ex-colega que testemunhou em defesa de Rohan Ramchandani.

Ele está sendo julgado por um tribunal federal em Nova York, acusado de conspirar com outros dois outros ex-operadores de câmbio, Richard Usher, do JPMorgan Chase, e Christopher Ashton, do Barclays. Eles teriam formado um grupo conhecido como "O Cartel" para coordenar operações e fixar preços. O mercado global de câmbio movimenta US$ 5,1 trilhões por dia.

Na terça-feira, Carly Hosler, que trabalhou com Ramchandani no Citi, depôs em sua defesa, afirmando que ele era "muito profissional", "muito, muito inteligente", naturalmente hábil com os mercados e capaz de conversar com qualquer pessoa em qualquer instituição.

"Todo mundo queria algo dele", ela relatou, acrescentando que Ramchandani foi o melhor operador que já conheceu. "O pessoal de vendas, os gestores. Eu falava para ele que ele precisava dizer não para alguns pedidos."

Hosler parecia prestes a chorar em alguns momentos do depoimento. Ela afirmou que veio falar em defesa de Ramchandani porque ele é "um cara tão genuíno" que deu a ela "incrível apoio" quando ela trabalhava no Citigroup e passou por um período difícil em que sofreu diversos abortos espontâneos.

"Isso é simplesmente absurdo, a coisa toda está errada", disse Hosler, que atualmente é funcionária da Bloomberg, a controladora da Bloomberg News. "É o que todo mundo fazia para cumprir seu trabalho."

Hosler foi a segunda e última testemunha de defesa dos ex-operadores. Eles alegam que o interesse de cada um era ganhar dinheiro para si --até às custas de outros do grupo-- e que estavam apenas brincando em trocas de mensagens, não conspirando para fixar preços.

Antes de Hosler, um especialista afirmou que os profissionais não tinham poder para manipular um mercado com centenas de concorrentes disputando o melhor preço. Nenhum dos réus deu depoimento. Os argumentos finais acontecerão nesta quarta-feira.