Aéreas inspecionam peças do Boeing 737 Max, proibido de voar
(Bloomberg) -- Pelo menos três companhias aéreas inspecionaram jatos 737 Max da Boeing, que estão proibidos de voar, tentando resolver um problema que pode danificar peças das turbinas.
O possível acúmulo de carbono em torno dos bocais de abastecimento de combustível levou a fabricante CFM International a recomendar, em alguns casos, a inspeção e potencial substituição desses componentes dos modelos Leap-1B instalados no Max. American Airlines Group, Southwest Airlines (as duas maiores operadoras do novo jato nos EUA) e a canadense WestJet Airlines foram impactadas.
"Estamos monitorando a subfrota e tomando as providências adequadas juntamente com o cliente sempre que achamos que uma turbina precisa ter o bocal substituído", disse o presidente da CFM, Gael Meheust, a repórteres na quinta-feira (18). Frequentemente as inspeções não exigem trabalho adicional, segundo ele.
Embora uma pequena parcela das turbinas tenha sido afetada, as inspeções se somam aos desafios enfrentados pelas operadoras do 737 Max, modelo mais vendido da Boeing e presença carimbada na frota global. O avião foi proibido de voar há mais de um mês, após dois acidentes que provocaram 346 mortes. O problema da turbina não tem relação com esses desastres.
Sem diretivas
A CFM, joint venture da General Electric e da Safran, não publicou diretivas para toda a frota Max. A fabricante afirma estar trabalhando com clientes durante o período em que o modelo está proibido de voar para garantir que as turbinas estejam prontas para voltar à ativa assim que o Max for liberado.
O problema de deposição de carbono pode causar danos às turbinas se não for tratado. Investiga-se se isso influenciou o mau funcionamento de um jato Max da Southwest que foi forçado a fazer um pouso de emergência no mês passado, segundo uma pessoa a par do assunto, que pediu anonimato porque o resultado do estudo não foi divulgado. O avião conseguiu retornar ao aeroporto de Orlando, na Flórida, pouco depois da decolagem.
A aeronave ia para o pátio em Victorville, na Califórnia, e não levava passageiros. É cedo para definir a causa do incidente, segundo a Southwest.
Operadoras do Max foram notificadas sobre o problema, identificado há mais de um ano. As inspeções estão sendo feitas caso a caso, dependendo dos dados das turbinas. O problema afeta menos de 1 por cento da frota total de turbinas Leap, de acordo com a fonte.
Suspensão dos voos
A frota Max foi proibida de voar no mundo inteiro, após a queda de um voo da Ethiopian Airlines em março, que foi o segundo desastre em cinco meses envolvendo o avião da Boeing que havia estreado há menos de dois anos. Nos dois acidentes, o sistema de prevenção de estol (perda de sustentação) forçou a parte dianteira do avião para baixo, confundindo os pilotos.
A Boeing trabalha em uma atualização do software para que o sistema fique menos reativo e não dê os comandos repetidos observados nos acidentes. Além disso, o sistema deixará de ser ativado por uma única leitura errada de um sensor.
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