Logo Pagbenk Seu dinheiro rende mais
Topo

Ricos gastam US$ 1 bi em 'barganhas' no mercado acionário

Anders Melin e Ben Stupples

20/03/2020 13h04

Algumas das pessoas mais ricas do mundo gastaram mais de US$ 1 bilhão no total para aumentar suas participações em empresas enquanto os mercados globais despencavam.

O investidor ativista Carl Icahn aumentou sua participação na Hertz Global e na Newell, segundo documentos regulatórios. A holding de Warren Buffett comprou ações da Delta Air Lines, enquanto os herdeiros da fortuna de Tetra Laval investiram US$ 317 milhões em ações da International Flavors & Fragrances.

Os índices acionários em todo o mundo despencaram nas últimas semanas, principalmente devido à incerteza sobre o impacto a longo prazo do surto de coronavírus. Algumas companhias aéreas e operadores de shopping centers perderam mais da metade em valor de mercado.

Mas executivos, membros de conselhos e grandes acionistas estão comprando ações de suas empresas no maior ritmo em relação às vendas desde 2011. Alguns, como Bill Ackman, estão otimistas e acreditam que as ações vão se recuperar rapidamente, desde que medidas para impedir a propagação do vírus sejam fortalecidas e bem-sucedidas.

"Estas são barganhas únicas se administrarmos corretamente esta crise", disse Ackman, fundador da Pershing Square Capital Management, em tuíte na quarta-feira, condicionando isso a uma paralisação temporária e fechamento das fronteiras dos EUA.

'Escassez significativa'

O bilionário Barry Sternlicht, no comando da Starwood Property Trust, instou o governo federal a direcionar esforços para ajudar trabalhadores do setor de serviços.

"Estamos enfrentando a Terceira Guerra Mundial por 90 dias", não por uma década, disse Sternlicht na terça-feira em entrevista à TV Bloomberg. No dia seguinte, ele comprou US$ 2 milhões em ações da Starwood, a maior empresa de investimento imobiliário do país.

Ainda assim, as perspectivas de uma recuperação rápida não são evidentes.

Um plano do governo dos EUA para combater o coronavírus incluía a suposição de que a pandemia duraria 18 meses ou mais e envolveria vários períodos de infecções. O plano divulgado em 13 de março diz que autoridades federais e consumidores devem enfrentar "escassez significativa" com o impacto das cadeias de suprimentos.

Para alguns, não foi necessária uma pandemia global para começar a comprar. A família Rausing, beneficiária de um trust que controla a Tetra, tem comprado ações da International Flavors & Fragrances há vários anos. Kelcy Warren, fundador do Energy Transfer, gastou centenas de milhões de dólares ao longo dos anos comprando ações do império de oleodutos.

Embora não seja atípico fundadores ou herdeiros comprarem ações de suas empresas durante períodos de crise, executivos e membros do conselho fazem isso com menos frequência.

Muitos deles já recebem a maior parte da remuneração em ações. Portanto, nos raros casos em que compram, geralmente se trata mais de demonstrar confiança nas empresas do que fazer apostas financeiras oportunistas.

E muitos executivos têm vendido ações, mesmo com as quedas das bolsas. Na semana passada, George Yancopoulos, diretor científico da Regeneron Pharmaceuticals, vendeu ações no valor de milhões de dólares, enquanto Satya Nadella, da Microsoft, se desfez de ações em 3 de março.

Veja mais economia de um jeito fácil de entender: @uoleconomia no Instagram.
Ouça os podcasts Mídia e Marketing, sobre propaganda e criação, e UOL Líderes, com CEOs de empresas.
Mais podcasts do UOL no Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e outras plataformas