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FMI considera reforma cambial na China um bom passo para abertura do mercado

12/08/2015 01h09

Washington, 11 ago (EFE).- O Fundo Monetário Internacional (FMI) avaliou nesta terça-feira a decisão da China de reformar seu sistema cambial como "um bom passo" rumo à abertura e flexibilização do mercado de divisas no país asiático, mas reconheceu que o impacto só será confirmado após sua implementação.

Em comunicado, o FMI comentou que o novo mecanismo para determinar a paridade do iuane anunciado pelo Banco Popular da China "parece um bom passo", já que "deve permitir às forças do mercado desempenhar um papel mais importante para determinar a taxa de câmbio".

A instituição financeira internacional avisou, no entanto, que o "impacto exato" dependerá de como seja implementado o novo mecanismo.

O FMI assinalou também que uma maior flexibilidade na taxa de câmbio é importante para uma China que "se esforça para dar às forças do mercado um papel decisivo na economia e está se integrando rapidamente aos mercados financeiros globais".

"Acreditamos que China pode, e deve, tentar conseguir um sistema de câmbio que oscile de forma efetiva entre dois e três anos", indicou o organismo.

Quanto à possível inclusão do iuane chinês na cesta de divisas que compõem os Direitos Especiais de Saque (SDR, em inglês), a moeda utilizada internamente no FMI, a instituição disse que as medidas anunciadas por Pequim "não têm implicações diretas" nos critérios que utiliza.

No entanto, acrescentou que uma taxa de câmbio mais determinada pelo mercado "facilitaria" as operações dos SDR caso o iuane fosse incluído na cesta.

A China desvalorizou hoje em quase 2% o iuane em relação do dólar, na maior revisão em baixa do valor de sua moeda em duas décadas, e reformou o sistema cambial para estimular sua economia após a queda do comércio exterior.

Neste sentido, o Banco Popular da China anunciou uma renovação no mecanismo de fixação do tipo de câmbio do iuane para tentar aproximá-lo de seu valor real do mercado.

A inesperada decisão de Pequim, segundo os analistas, representa um reconhecimento da crescente preocupação das autoridades chinesas pela desaceleração do gigante asiático, com previsões situam o crescimento estimado em 2015 e 2016 abaixo de 7% anual.