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BB confirma saída de Paulo Caffarelli a partir de novembro

Paulo Caffarelli ficou dois anos na presidência do Banco do Brasil - Valor/Folhapress
Paulo Caffarelli ficou dois anos na presidência do Banco do Brasil Imagem: Valor/Folhapress

Aline Bronzati

São Paulo

26/10/2018 09h11

O Banco do Brasil confirmou, conforme antecipou nesta quinta-feira (25) a Coluna do Broadcast do jornal "O Estado de S.Paulo", que Paulo Caffarelli deixará a presidência da instituição a partir de novembro. Em seu lugar, também foi confirmada a indicação do vice-presidente de negócios de varejo do banco, Marcelo Labuto, por indicação do presidente Michel Temer, em conformidade com o estatuto social.

Ele assume a presidência do BB a partir do dia 1º de novembro. Com 47 anos e natural de Belo Horizonte (MG), Labuto é graduado em Administração pela Universidade de Brasília (UNB) e em Administração de Sistemas de Informação pela União Educacional de Brasília (Uneb), com MBA em Marketing pela Coppead UFRJ. Funcionário de carreira do banco desde 1992, estava à frente de negócios de varejo desde 2016.

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Anteriormente foi presidente do braço de seguros da instituição, a BB Seguridade, responsável por tocar a sua abertura de capital. É também presidente do Conselho de Administração da BB Seguridade Participações e tem passagens como membro do conselho de administração e fiscal de outras empresas do Grupo BB.

Caffarelli, de acordo com comunicado ao mercado divulgado na manhã desta sexta-feira (26) apresentou pedido de renúncia aos cargos de presidente e membro do conselho de administração com efeito a partir de 1º de novembro de 2018.

Ele deixa o comando do BB, cargo que ocupou nos últimos dois anos, para assumir a presidência da Cielo, controlada pelo próprio banco e pelo Bradesco, conforme noticiou, nesta quinta, a Coluna do Broadcast.

Funcionários do Banco do Brasil fizeram na manhã desta quinta-feira uma campanha espontânea para a permanência de Caffarelli no comando do banco público. Com a hashtag #FicaCaffa, comentários em matérias aleatórias foram postados na rede de comunicação interna da instituição, o que não era possível nas gestões anteriores, e também nas redes sociais.

Os funcionários do BB também defenderam a mudança da tradição de indicação política para as empresas públicas no intuito de não "quebrar" as evoluções em curso na instituição. Nos bastidores, ele é bem avaliado pela equipe econômica do candidato Jair Bolsonaro (PSL), mas o executivo preferiu partir para outro desafio.

Legado

Caffarelli assumirá a presidência da Cielo após importantes feitos no Banco do Brasil. Em dois anos de mandato, após ser indicado pelo presidente Michel Temer, ele conseguiu recuperar o retorno da instituição, prejudicado pela estratégia da ex-presidente Dilma Rousseff de usar os bancos públicos para baixar os juros no país, melhorou os índices de capital e engordou seus resultados.

A rentabilidade do BB –medida pelo indicador RSPL– saiu de 7,9% no primeiro semestre de 2016 para 13,3% ao final de junho deste ano. Em termos de resultado trimestral, o lucro líquido ajustado do banco saltou quase 80%, saindo de R$ 1,801 bilhão no segundo trimestre de 2016 para R$ 3,240 bilhões no mesmo intervalo deste ano.

Além disso, Caffarelli tocou mudanças como a revisão da sociedade com a seguradora espanhola Mapfre em seguros, melhorando as receitas do banco nesta área, e a reestruturação do quadro de colaboradores, diminuindo as despesas da instituição e consequentemente, tornando-a mais eficiente. Avançou ainda em questões até então pouco difundidas dentro do BB, como equidade de gênero e raça.