Ômicron pode pausar crescimento nos EUA, mas impacto deve ser breve, diz Powell
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, admitiu que o avanço da variante Ômicron do coronavírus pode reduzir o ritmo de contratações nos Estados Unidos e paralisar o crescimento da economia. Para o dirigente, contudo, o impacto deve ser "breve".
Durante audiência no Comitê Bancário do Senado, o dirigente acrescentou que todos os membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) esperam elevação dos juros este ano, mas ponderou que o processo dependerá da evolução dos indicadores econômicos.
O presidente do Federal Reserve comentou ainda sobre os desequilíbrios vigentes no mercado de trabalho dos Estados Unidos. Segundo ele, a recuperação da força de trabalho tem ocorrido em ritmo mais lento que o esperado.
Powell acrescentou que os EUA não enfrentam um problema de demanda por trabalhadores, mas sim de oferta.
Na visão dele, os trabalhadores têm grande poder, neste momento, e isso pode persistir.
O presidente do Federal Reserve negou que a recente escalada salarial nos Estados Unidos seja responsável pela espiral inflacionária no país, mas disse que monitora o movimento.
O dirigente reiterou que os desequilíbrios entre oferta e demanda são os principais causadores do avanço da inflação nos EUA.
Balanço patrimonial
O presidente do Federal Reserve afirmou também que o processo de redução do balanço patrimonial da autoridade monetária deve ocorrer de maneira mais rápida do que durante o último ciclo semelhante, no período subsequente à crise financeira de 2008.
Na audiência no Comitê Bancário do Senado, Powell, contudo, explicou que o FOMC ainda não tomou decisão sobre as configurações do processo. No entendimento dele, o banco central americano deve demorar "entre três e quatro encontros" para decidir a questão.
O dirigente acrescentou que o tamanho atual do balanço de ativos (cerca de US$ 9 trilhões) está maior que o nível adequado.
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