Petrobras vende refinaria por pouco mais da metade do valor real, diz entidade
O preço negociado pela Petrobras para a venda da Refinaria Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará, representa pouco mais da metade, ou 55%, do valor real do ativo, segundo cálculos de analistas do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep).
Segundo o estudo, a refinaria vale pelo menos US$ 62 milhões, enquanto o valor negociado é de US$ 34 milhões.
A Petrobras comunicou ao mercado, no fim da tarde da quarta-feira, 25, que assinou contrato com a empresa Grepar Participações para a venda da Lubnor. A Grepar tem participação das empresas Grecor Investimentos em Participações Societárias Ltda., Greca Distribuidora de Asfaltos Ltda. e Holding GV Participações S.A..
O estudo do Ineep traz dois cenários-base e considera um piso cambial de US$ 5,08 e um pico de US$ 5,70, faixa adotada em função da alta volatilidade cambial da economia brasileira. A partir desses dois cenários e preços do dólar, o estudo conclui que a refinaria pode valer entre US$ 62 milhões e US$ 70 milhões.
Para o cálculo foi utilizado o método do Fluxo de Caixa Descontado (FCD), que se baseia no valor presente dos fluxos de caixa, projetando-os para o futuro. Do resultado, são descontadas: taxa que reflete o risco do negócio, despesas de capital (investimento em capital fixo) e necessidades adicionais de giro, informou o instituto em nota.
Como a Petrobras não apresenta informações individuais de cada refinaria, para estimar as receitas e despesas da Lubnor, o Ineep diz ter feito um "rateio" dos dados disponibilizados pela estatal.
Além disso, deve-se considerar que as estimativas de caixa futuro podem variar em função das premissas adotadas para o preço de petróleo, mas, segundo Ineep, "mesmo considerando variações, "não foi observado nenhum cenário em que o preço do ativo estivesse no valor negociado pela Petrobras".
A Lubnor possui capacidade de processamento de 8 mil barris por dia e é uma das líderes nacionais na produção de asfalto, além de ser a única unidade no país capaz de produzir lubrificantes naftênicos.
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