Inflação oficial em janeiro é a maior desde 2005, diz IBGE
A inflação oficial em janeiro é a maior já registrada desde abril de 2005, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso torna mais difícil a tarefa do governo de tentar estimular a economia, sem deixar os preços subirem.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) teve alta de 0,86% em janeiro, ante alta de 0,79% em dezembro, segundo o IBGE. É também a maior alta para os meses de janeiro desde 2003.
A inflação em janeiro só não foi maior graças a um acordo feito pelo governo federal com as prefeituras de São Paulo e Rio de Janeiro, que adiaram o aumento programado para as tarifas de ônibus.
Em 12 meses, a inflação atingiu 6,15%, o maior nível em um ano e próximo do teto da meta do governo, que é de 6,5%.
Alimentos e cigarro têm as maiores altas
O preço dos alimentos continuam sendo os vilões da inflação no país. Vários produtos do grupo alimentação e bebidas tiveram a oferta reduzida em função das chuvas, o que fez os preços subirem. É o caso do tomate (26,15%), da batata-inglesa (20,58%), da cebola (14,25%), das hortaliças (10,86%) e da cenoura (9,83%).
O produto que, sozinho, teve o maior impacto na inflação foi o cigarro, cujo preço subiu 10,11% após o aumento no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).
Inflação é uma das maiores preocupações do governo
Apesar do desempenho frustrante da economia nos últimos dois anos, a inflação tem se tornado uma das principais preocupações de investidores e economistas.
O Banco Central, que reduziu os juros à mínima recorde de 7,25% para estimular a economia, tem sido cada vez mais criticado por prometer juros estáveis por um período prolongado mesmo com o aumento dos preços ao consumidor.
As expectativas de inflação já estão acima do centro da meta do governo até 2017, segundo a pesquisa Focus do Banco Central.
Governo diz que inflação deve desacelerar em 2013
Autoridades do governo afirmam que a inflação deve desacelerar ao longo do ano com o corte das tarifas de energia e a manutenção de uma taxa de câmbio mais estável. Os dados de janeiro, porém, não devem passar muita confiança ao mercado.
"A inflação de serviços está num patamar elevado há alguns anos, entre 7% e 8%. Isso não deve mudar muito, a não ser que seja para pior", disse Priscila Godoy, economista da Rosenberg & Associados. "É uma inflação muito mais preocupante do que um choque do preço de alimentos."
O governo, que já reduziu tarifas de energia e que no ano passado diminuiu impostos de automóveis e eletrônicos, estuda desonerar a cesta básica, de acordo com a presidente Dilma Rousseff.
(Com Reuters)
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