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Propaganda deve orientar crianças, diz pedagoga

Aiana Freitas

Do UOL, em São Paulo

07/02/2013 06h00

Algumas pesquisas indicam a existência de relação entre propaganda, consumo e obesidade infantil, mas ainda não é possível saber em que grau exato se dá essa combinação. Por isso, em vez serem proibidas, como determinam alguns projetos de lei, as propagandas deveriam conter orientações para as crianças, opina Adriana Regina Braga, professora de pedagogia do Departamento de Educação da Unifesp de Guarulhos e estudiosa do assunto.

"Nunca vivenciamos um estímulo ao consumo como atualmente. Mas a criança, de fato, tem uma lógica diferente daquela do adulto. Ela não consegue pensar nas variáveis de um produto que vê na propaganda. Não consegue imaginar que o brinquedo pode não ser do tamanho mostrado ou que o lanche pode engordar."

A pedagoga acha que a solução não passa pela proibição da propaganda, mas pela adequação das mensagens. "Nos comerciais de bebidas direcionados a adultos sempre existe a frase 'Beba com moderação'. Para as crianças, poderia haver uma orientação como 'Coma somente uma vez por semana'", sugere.

Braga diz que muitos pais não sabem como agir diante do apelo infantil. "O Estado também tem de ter políticas públicas para orientar as famílias nesse sentido", diz.

Uma pesquisa feita por ela com 200 pais mostrou que 48% deles compram as coisas que os filhos pedem porque querem vê-los felizes. "Eles atrelam o ato de dar um produto ao filho à felicidade, o que é um erro."