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Bufê leva lanchonete dos anos 50 à casa do cliente; veja mais negócios

Afonso Ferreira

Do UOL, em São Paulo (SP)

28/08/2013 06h00

Apaixonados pela decoração das lanchonetes dos anos 50, os empresários Evandro Nichetti, 42, e Manuela Bedin, 43, resolveram apostar em um negócio que pudesse gerar lucro mas, também, transmitir um pouco do clima dessa década para os clientes.

A dupla abriu, há oito meses, o bufê Meu Lanche Querido, que leva o cenário de uma lanchonete da época com piso xadrez, paredes vermelhas e cestinhas de salgados no balcão.

O cardápio, segundo Bedin, é composto por mini quitutes que faziam sucesso na época, como cachorro-quente e hambúrguer, e por lanches como misto-quente e carne louca. Também são oferecidos salgados como coxinha, quibe, pastel, churros e bolinho de queijo. 

Outros empresários que também resolveram entrar no mercado de bufês foram Marcelo Wanderley, 28, que abriu a Creperia Buffet, e Paulo You, 48, que criou o In House. Eles acreditam que o segmento tem potencial de crescimento.

Segundo especialistas, o ramo de bufês é atrativo por apresentar modelos de negócio que exigem pouco investimento. No caso da Creperia Buffet, por exemplo, o capital inicial foi de R$ 10 mil. Para abrir o bufê Meu Lanche Querido, Nichetti gastou R$ 20 mil, entre cenário e equipamentos.

Somente o In House exigiu um investimento mais alto, de R$ 300 mil. A maior parte do custo, segundo o dono do negócio, foi na aquisição de duas kombis, utilizadas para transportar a estrutura e a equipe.

De acordo com o professor de empreendedorismo do Insper Marcelo Nakagawa, normalmente, as empresas do setor tendem a faturar entre R$ 10 mil e R$ 20 mil por mês.

"A maior parte das festas realizadas em casas e condomínios comporta entre 30 e 50 pessoas. Mas, se o empresário encarar o negócio como uma empresa de eventos e investir mais, ele tende a faturar mais", declara

Bufê aluga caminhão para carregar decoração

Para levar o cenário de uma lanchonete dos anos 50 até o cliente, o Meu Lanche Querido utiliza um caminhão alugado. “O valor do transporte está incluído no nosso orçamento. Mas, temos planos de ter um veículo próprio em breve”, diz Nichetti.

O bufê atende festas de 30 a 120 pessoas e cobra a partir de R$ 60 por convidado. Mensalmente, o negócio realiza oito eventos e fatura R$ 20 mil.

Creperia começou na porta de uma faculdade

Wanderley deixou de vender crepes em frente a uma universidade em Brasília (DF) para criar o seu bufê, após um cliente pedir que ele fizesse uma festa particular. O bufê tem hoje seis anos.

“Os próprios convidados me pediram orçamentos e me indicaram para outros amigos. Foi aí que percebi que seria mais rentável ficar só com os eventos”, afirma.

Para preparar os crepes, o empresário precisa de um espaço de três metros quadrados. Ele mesmo leva a mesa e a chapa para preparar a receita, além dos talheres, pratos, copos e ingredientes.

Segundo Wanderley, o investimento inicial foi de R$ 10 mil. “Aproveitei o carro e a chapa de crepes que já tinha na época que vendia na faculdade, por isso, o valor foi mais baixo”, declara.

A Creperia Buffet atende festas a partir de 20 pessoas e cobra R$ 18 por convidado. Por mês, o negócio realiza dez festas e fatura cerca de R$ 10 mil.

Empresa oferece seis tipos de festas em casa

O bufê In House, que atua em São Paulo (SP), leva ao cliente seis tipos de cardápios: massas, churrasco, comida japonesa, feijoada, coquetéis e risotos.

“O cliente pode escolher o tema de sua festa e nós levamos toda a estrutura”, diz You.

A empresa realiza eventos a partir de 30 pessoas. Os preços variam de R$ 42 a R$ 65 por convidado, dependendo do tipo de comida servida.

Por mês, a In House chega a realizar 50 festas. O faturamento não foi divulgado. A empresa atende a capital paulista e cidades a 200 km de distância.

Concorrência no segmento é alta

Segundo Nakagawa, a concorrência no segmento de bufês em domicílio é alta. Por ser um serviço cujo investimento inicial é relativamente baixo, muitos empreendedores se arriscam no mercado, afirma o professor.

“É muito difícil uma empresa dessa área criar uma marca forte. Há serviços amadores no mercado com preços bem acessíveis, o que acaba desvalorizando os negócios mais profissionalizados”, diz.

No entanto, Nakagawa declara que o preço cobrado por um bufê em domicílio é menor do que a locação de um espaço para festas.

“Alugar um bufê para 70 pessoas, por exemplo, pode custar R$ 15 mil, enquanto que o mesmo evento no salão de festas do prédio pode sair por R$ 5.000.”

Empresário precisa entender de qualidade alimentar

Saber cozinhar não é necessário para abrir um serviço de bufê em domicílio, mas é importante que o empreendedor entenda de qualidade alimentar, tanto na higiene quanto no sabor, diz o consultor do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa de São Paulo), Ruy Soares de Barros.

Segundo ele, há regras de preparo e armazenagem de alimentos que o negócio deve respeitar. “Não dá para abrir uma empresa de qualquer jeito. É preciso pesquisar sobre o mercado e se planejar”, afirma.

Serviço:

Creperia Buffet: www.creperiabuffet.com. Fone: (61) 3399-1289.
In House: www.buffetinhouse.com.br. Fone: (11) 2083-0150.
Meu Lanche Querido: www.facebook.com/pages/Meu-Lanche-Querido. Fone: (11) 2985-3797.