Marca Sulfabril não tem comprador, e Justiça vai marcar novo leilão
O leilão da marca Sulfabril, realizado na tarde desta terça-feira (25) em Blumenau (SC), terminou sem compradores. O Tribunal de Justiça de Santa Catarina vai marcar um novo dia, mas ainda não definiu quando será.
Essa foi a terceira tentativa de venda da marca, avaliada em R$ 40 milhões (o lance inicial pedido era de R$ 20 milhões). Nas duas anteriores, em maio e em setembro, também não houve interessados.
A empresa brasileira de malhas e confecções possui ainda as marcas Senha, Everteen e SF Kids. Todas elas serão vendidas conjuntamente com a marca que dá nome ao grupo.
Empresa chegou a empregar 5.000 funcionários
A Sulfrabril nasceu em Blumenau (SC) em 1947 e chegou a empregar mais de 5.000 funcionários. Foi sucesso anos anos 1970 e 1980, quando suas coleções eram anunciadas no horário nobre da televisão e nas principais revistas do país, com garotas-propaganda como as atrizes Regina Duarte e Sandra Bréa.
A crise da empresa teve início em meados da década de 1990, com a abertura do Brasil ao mercado internacional. A falência foi decretada em 1999. Atualmente, está sob a administração de um síndico nomeado pela Justiça, o economista e professor Celso Mario Zipf.
Mesmo após a falência, a Sulfabril continuou em operação. Seus produtos estão presentes em mais de 6.000 lojas multimarcas do país e do exterior, e a companhia emprega atualmente 700 funcionários.
A empresa tem uma dívida estimada em R$ 119 milhões. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Blumenau, Gaspar e Indaial, em Santa Catarina, desse total, R$ 60 milhões se referem a dívidas trabalhistas.
Quatro outros leilões foram feitos neste ano
Quatro leilões envolvendo a empresa foram realizados neste ano. No primeiro, em 27 de maio, a marca e suas quatro fábricas em Santa Catarina (duas em atividade e duas desativadas) foram colocadas à venda, mas não houve comprador.
Os ativos, então, foram divididos. Em 6 de agosto, as unidades desativadas de Gaspar e Rio do Sul foram a leilão. Apenas a fábrica de Gaspar foi vendida, por R$ 5 milhões.
As fábricas que ainda estão em funcionamento, em Ascurra e Blumenau, foram leiloadas no dia 16 de setembro, junto com a marca. Apenas a de Ascurra foi vendida, por R$ 4 milhões.
Em 30 de setembro, a unidade de Rio Sul, que não tinha tido interessados em agosto, foi finalmente vendida em novo leilão. O valor pago foi R$ 2,7 milhões.
A última unidade que ainda falta ser vendida, a de Blumenau, será leiloada em dezembro.
Esse ativo foi desmembrado em dois: quatro imóveis, avaliados em R$ 12,8 milhões, serão leiloados no dia 2, e a fábrica, avaliada em R$ 90 milhões, no dia 4.
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