Queda de exportações e nova lei fazem setor do fumo temer crise no Brasil
A nova lei antifumo que entrou em vigor na última quarta-feira (3) foi alvo de críticas dos produtores de tabaco da região Sul -onde se concentra mais de 95% da produção do país.
Ao mesmo tempo, o setor amarga queda de 20% nas exportações causadas pelo freio de consumo de cigarros. Não bastasse, a indústria vai pagar mais imposto a partir de janeiro.
Produtores têm reduzido as plantações, e a safra 2014/2015 deve ter queda de área plantada (ainda não há estimativa oficial).
Outras regiões do país, cuja atividade econômica era baseada em uma única cultura, já tiveram de se adaptar. É o caso de Arapiraca (AL), que produz um tipo diferente de fumo, para cigarros de palha. Muitos agricultores desistiram e buscaram outras alternativas, como mandioca, inhame e hortaliças.
Para a Afubra (Associação de Fumicultores do Brasil), a legislação não só deve inibir o consumo de cigarro no país, como fere o direito do cidadão fumar.
"Essa legislação não tem local nenhum para fumar. Em grandes centros, as pessoas vão fumar nas ruas, e vamos ter uma diminuição no consumo de cigarro per capita. A lei não deveria entrar em vigor, a até então existente atendia perfeitamente. Nós temos a lei mais rigorosa do mundo. Nem Canadá, nem Noruega têm leis tão rigorosas", afirma Benício Albano Werner, presidente da Afubra.
Na última safra 2013/2014, o setor tinha 162 mil famílias plantando nos três Estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Ao todo, na última safra, houve plantio em 323 mil hectares de fumo, com faturamento de R$ 5,3 bilhões -mais de 95% do total faturado no país pelas plantações.
Outro fatores
Além da nova legislação, outros dois fatores levaram os produtores a decidirem reduzir a área plantada: o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e a redução do consumo do cigarro no mundo.
"Temos que equilibrar a nossa área plantada entre oferta e demanda. Estamos orientando que o produtor diminua a produção", disse.
Ate 2013, o país tinha a terceira maior produção de tabaco do mundo, atrás apenas de China e Índia. Dados da Afubra apontam que o número de produto exportado caiu quase 20% este ano. Bélgica -porta de entrada do produto na comunidade europeia- e China são os maiores compradores.
Até 31 de outubro em 2013, haviam sido exportadas 549 mil toneladas de fumo. Em 2014, no mesmo período, o volume caiu para 415 mil.
"Pela primeira vez houve queda de consumo no mundo. A diminuição só não está acontecendo na China e em alguns países menores do extremo oriente. Até 2012, estava sempre havendo crescimento no consumo -o último deles de 0,9%.
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