Brasil deve encolher 3% em 2015 e só voltará a crescer em 2017, prevê FMI
O Brasil só deverá voltar a crescer em 2017, disse o economista Marcello Estevão, chefe do grupo de análises regionais do Fundo Monetário Internacional. Segundo ele, a previsão da entidade é de que a economia do país encolha este ano em 3% e, em 2016, tenha retração de 1%.
A previsão de Marcello Estevão foi manifestada durante palestra em seminário de apresentação do relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), nesta sexta-feira (23), na sede do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro.
Estevão disse que o relatório mostra que o Brasil está "no meio de uma recessão". O economista do FMI sugeriu que o governo brasileiro dê prosseguimento ao ajuste fiscal e à política monetária que reduza a inflação.
O economista, no entanto, não vê a possibilidade de recuperação econômica do país em curto prazo. "A preocupação agora é encontrar uma solução para melhorar a parte estrutural da economia e o melhor a fazer é focar nas condições que levem a isto".
O relatório divulgado na sede da FGV analisa a evolução do ritmo da atividade econômica mundial, destacando as perspectivas de crescimento, que ainda permanecem moderadas, tanto em curto quanto em médio prazo.
O relatório vê, no entanto, que a recuperação das economias avançadas está se consolidando com maior rapidez, embora haja níveis de atividades mais fracos do que o previsto.
"O mundo vive uma situação diferente [em relação ao início] dos anos 2000. Houve queda dos preços internacionais da matéria-prima, o que está prejudicando mais os países produtores que os consumidores. Como a América Latina é uma região exportadora de matérias-primas líquidas, a economia do continente está tendo uma performance pior do que as outras regiões do mundo", disse Estevão.
Para o economista, a queda nos preços das commodities (produtos primários com cotação internacional) constitui uma mudança de expectativas econômicas para os países da América Latina.
"Por isso, as perspectivas para a América Latina também são piores do que para algumas outras regiões do mundo: os preços internacionais de commodities não apenas têm caído desde 2011, como devem continuar baixos nos próximos dois anos".
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