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Inflação acumulada no ano chega a 8,52%, a maior para o período desde 1996

Stefan Wermuth/Reuters
Imagem: Stefan Wermuth/Reuters

Do UOL, em São Paulo

06/11/2015 09h02Atualizada em 06/11/2015 12h24

A inflação em outubro ficou em 0,82%, o que representa aceleração em relação a setembro, quando havia sido de 0,54%. Em 2015, no acumulado de janeiro a outubro, a alta de preços chega a 8,52%%, valor mais alto para o período desde 1996 (8,7%).

O indicador de outubro é o mais elevado para o mês desde 2002 (1,31%). No mesmo mês do ano passado, a alta dos preços havia sido de 0,42%. 

Em 12 meses, a inflação atingiu 9,93%, a maior desde novembro de 2003 (11,02%). O valor está acima do limite máximo da meta do governo; o objetivo é manter a alta dos preços em 4,5% ao ano, mas com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo, ou seja, podendo oscilar de 2,5% a 6,5%.

Os dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foram divulgados nesta sexta-feira (6) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Combustíveis e alimentos puxaram inflação

O aumento nos preços dos combustíveis foi o principal responsável pela aceleração da inflação em outubro. Com peso de 4,89% no IPCA, eles ficaram 6,09% mais caros no mês.

A alta é consequência de um reajuste de 6% no preço da gasolina e de 4% no do Diesel nas refinarias, estabelecido pela Petrobras no final de setembro

Em média, a gasolina ficou 5,05% mais cara nos postos, mas a alta chegou a 6,21% em São Paulo (SP) e a 6,12% em Curitiba (PR). 

O outro item que puxou a a elevação dos preços foi o de alimentação e bebidas (0,77%). 

A alimentação fora de casa teve alta de 0,93%, mais intensa do que os alimentos consumidos em casa (0,68%). Com isto, a inflação do grupo de alimentos e bebidas chega a 10,39% nos últimos doze meses.

Preço do frango sobe quase 6%, e da cebola cai 33%

De setembro para outubro, os preços de grande parte dos alimentos subiram. O frango foi o produto com maior alta, de 5,98%, seguido pelo açúcar (4,43%). 

Por outro lado, o preço da cebola, que já passou por sucessivas altas neste ano, foi o que mais caiu entre os alimentos. O produto ficou 32,64% mais barato. Outro destaque, a batata inglesa ficou 10,69% mais barata.

Economistas esperam alta de quase 10% no ano

De acordo com a última edição do Boletim Focus, levantamento feito pelo Banco Central com instituições financeiras, é esperada inflação de 9,91% neste ano. Os economistas têm subido a projeção de inflação há sete semanas.

Quando a inflação estoura o teto da meta do governo (6,5%), o presidente do Banco Central precisa redigir uma carta explicando os motivos.

Inflação e juros

A inflação alta tem sido uma das principais dores de cabeça para o Banco Central nos últimos anos. 

A taxa de juros é um dos instrumentos mais básicos para controle da alta de preços.

Quando os juros sobem, as pessoas tendem a gastar menos e isso faz o preço das mercadorias cair (obedecendo à lei da oferta e procura), o que, em tese, controlaria a inflação.

Na última reunião, o BC manteve a taxa básica de juros, a Selic, em 14,25%, interrompendo uma sequência de sete altas. 

Essa taxa de juros é a mais alta desde agosto de 2006, quando ela também estava em 14,25%. 

(Com Reuters)

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