Recessão atinge a agropecuária e setor tem a pior queda do 3º trimestre
O setor agropecuário, que vinha resistindo à recessão no Brasil, foi afetado pela crise no terceiro trimestre. No período, a agropecuária encolheu 2,4%, a pior queda entre todos os setores da economia, comparando com o trimestre anterior.
A indústria caiu 1,3% e serviços, 1%, na mesma comparação.
A agropecuária também recuou quando se considera o mesmo trimestre do ano passado (-2%).
Os dados, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça-feira (1º), mostraram que o PIB brasileiro encolheu 1,7% no terceiro trimestre, em relação ao período anterior, e 4,5% em relação ao mesmo período de 2014.
Setor já começa a demitir
A economia brasileira vem encolhendo há alguns trimestres, mas a agropecuária ainda registrava resultados positivos.
No segundo trimestre, o setor foi o único a apresentar crescimento, de 2,2%. Neste ano, o emprego na agropecuária subiu, mesmo com a taxa de desemprego no país subindo para 8,9%, a maior já registrada desde 2012, quando começa a série histórica.
Mas o resultado negativo do PIB mostra que o setor também perdeu fôlego neste ano. Em outubro, ele já registrou demissões -- foram cortados quase 17 mil empregos no mês, segundo dados do Ministério do Trabalho, que consideram apenas vagas com carteira assinada.
Exportações e China afetam agropecuária
O IBGE diz que a queda pode ser explicada pelo fraco desempenho de safras como café, cana, laranja, algodão e trigo, e da pecuária.
Fatores como a desaceleração da economia internacional, sobretudo da China, também ajudam a explicar a queda.
Dependente da exportação de commodities (matérias-primas como petróleo, soja e minério de ferro), a agropecuária brasileira é afetada pela demanda em outros países.
Maior mercado consumidor dos produtos brasileiros, a China passa por um período de desaceleração. O crescimento de 6,9% do país no terceiro trimestre foi o mais lento desde a crise financeira iniciada em 2008.
A China é o maior parceiro comercial do Brasil, e se a economia vai mal por lá, o país acaba comprando menos produtos brasileiros.
Em parte, o desaquecimento da economia mundial é compensado pela recente valorização do dólar, que torna os preços dos produtos brasileiros mais competitivos no exterior.
Porém, os preços das matérias-primas no mercado internacional estão em queda, o que prejudica ainda mais as exportações brasileiras.
Assim, mesmo que o Brasil exporte mais, a receita da exportação pode não subir. Em outubro, por exemplo, o volume de exportação de produtos como soja e carne subiu, mas a receita deles caiu.
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