Reclamações de consumidores sobre bitcoin sobem mais de 12 vezes em 2017
Assim como o valor do bitcoin, as reclamações de consumidores referentes à criptomoeda têm disparado no Brasil neste ano, segundo levantamento do site Reclame Aqui. De janeiro até esta quarta-feira (29), cinco empresas que comercializam bitcoins receberam 4.310 queixas. Isso é 12 vezes mais que o total de queixas registradas no mesmo período do ano passado (350).
As queixas de 2016 se referem somente a duas dessas empresas. As demais não foram alvo de reclamações no ano passado, de acordo com o site.
O salto no número de reclamações foi no segundo semestre: de janeiro a junho, foram 804 queixas, e de julho a 29 de novembro, 3.506.
Segundo o Reclame Aqui, as principais queixas dos consumidores são:
- Suporte das empresas
- Saldos que "sumiram"
- Problemas em saques e depósitos
- Problemas na finalização da compra e nos cadastros
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Empresa com mais reclamações
Segundo o Reclame Aqui, a empresa que teve maior número de reclamações no site foi a Mercado Bitcoin. Procurada pelo UOL, a empresa afirmou que "é a corretora de ativos financeiros digitais que mais tem clientes na América Latina". "Por isso, é natural que tenhamos mais reclamações e mais elogios que outras empresas que atuam com Bitcoin no país", informou em nota.
A Mercado Bitcoin também disse que nesta semana teve "um aumento exponencial do Bitcoin e das demandas de clientes, o que acabou gerando um atraso nas operações do negócio".
"Estamos investindo pesado em infraestrutura e equipe, que já cresceu 6 vezes esse ano e ainda iremos dobrar de tamanho até janeiro de 2018."
Banco Central recomenda cautela
Depois de subir mais de 1.000% desde o início do ano, o bitcoin avançou 15% na quarta-feira. A moeda virtual passou dos US$ 11 mil, atingindo o maior valor pelo sexto dia consecutivo.
O Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) emitiram recentemente comunicados a respeito do bitcoin, recomendando cautela aos investidores.
O BC afirmou que a compra e a guarda de moedas virtuais com finalidade especulativa "estão sujeitas a riscos imponderáveis, incluindo, nesse caso, a possibilidade de perda de todo o capital investido, além da típica variação de seu preço".
A CVM, por usa vez, alertou que não exerce qualquer tipo de fiscalização sobre as "exchanges" (Bolsas, em inglês) que negociam bitcoins e outras moedas virtuais no Brasil. A CVM só tem poder para controlar instituições que operam valores mobiliários, como ações.
Procurado pelo UOL, o Procon-SP informou que não tem orientações para os consumidores em relação ao bitcoin.
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