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Economia tem leve crescimento de 0,1% no 3º trimestre; em um ano, sobe 1,4%

Do UOL, em São Paulo

01/12/2017 09h01Atualizada em 01/12/2017 11h05

Com o aumento dos investimentos das empresas e as famílias consumindo mais, a economia brasileira registrou leve crescimento de 0,1% no terceiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior. Foi a terceira alta seguida. Para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essa variação representa estabilidade. 

Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 1,4%, no segundo avanço seguido.

Os resultados foram divulgados pelo instituto nesta sexta-feira (1º) e são piores do que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que previam crescimento trimestral de 0,3%. Já a FGV (Fundação Getúlio Vargas) acertou sua estimativa (0,1%).

Em valores atuais, o PIB no segundo trimestre alcançou R$ 1,641 trilhão. 

Há indicações de que talvez o pior tenha ficado para trás em relação aos investimentos
Rodolfo Margato, economista do Santander

Revisão para cima

O IBGE revisou para cima o desempenho da economia na primeira metade do ano. O crescimento do primeiro trimestre passou de 1% para 1,3%, e o do segundo trimestre, de 0,2% para 0,7%. As duas comparações se referem ao trimestre imediatamente anterior. 

Outra revisão foi a do PIB de 2016, quando o país enfrentou o segundo ano seguido de recessão. Agora, o instituto informa que a economia no ano passado encolheu 3,5%, e não 3,6%, como divulgado anteriormente.

O crédito melhorou, os juros caíram, a inflação recuou de forma significativa. São os vários fatores conjunturais que ajudaram a economia no período
Rebeca Palis, ​coordenadora de Contas Nacionais do IBGE

Agropecuária encolheu no trimestre

Dentre os setores da economia, por um lado, os serviços (+0,6%) e a indústria (+0,8%) cresceram no terceiro trimestre, em relação ao segundo. Por outro, a agropecuária, que vinha sustentando o crescimento do país neste ano, encolheu 3%.

Na comparação com o mesmo trimestre de 2016, porém, a agropecuária continua puxando a economia, com alta de 9,1%. Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no terceiro trimestre e pela produtividade do milho, do algodão e da laranja.

Nesta mesma comparação, a indústria cresceu 0,4%, resultado influenciado, principalmente, pelo aumento da produção de alimentos, carros, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, móveis e máquinas e equipamentos.

Os serviços também cresceram (1%), com destaque para comércio (+3,8%), ramo imobiliário (+2,1%) e transportes e serviços de armazenagem e correio (+1,9%).

Sinais de recuperação

Apesar do desempenho pior que o esperado no terceiro trimestre, a economia brasileira tem dado sinais de saída da sua mais longa e profunda crise.

O desemprego no país está caindo, mas a taxa de desocupação ainda está em um patamar elevado, de 12,2%. São 12,7 milhões de desempregados. Além disso, a maior parte das vagas criadas estão na informalidade, sem carteira assinada. 

Acredito que emprego e renda não vão continuar crescendo. O emprego tem expandido com menor rendimento e informalidade, e a inflação vai acelerar. Tudo isso afeta o consumo
José Francisco Gonçalves, economista-chefe do banco Fator

Reformas 

O presidente Michel Temer, que assumiu o cargo interinamente em maio de 2016 e foi efetivado após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, procurou implementar uma agenda de reformas econômicas impopulares, criticadas pela população, mas apoiadas pelo mercado financeiro.

A reforma trabalhista, que alterou consideravelmente a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) já está em vigor. 

Mas o governo ainda não conseguiu apoio suficiente no Congresso para votar a sua principal pauta, a reforma da Previdência.

Um levantamento realizado pela "Folha de S.Paulo" mostra que pelo menos 213 deputados devem votar contra a proposta. Por ser uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional), o texto precisa do apoio de no mínimo 308 dos 513 deputados.  

O que entra na conta do PIB?

O PIB é a soma de tudo o que é produzido no país. Os dados consideram a metodologia atualizada do cálculo.

(Com agências de notícias)

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