Economia tem leve crescimento de 0,1% no 3º trimestre; em um ano, sobe 1,4%
Com o aumento dos investimentos das empresas e as famílias consumindo mais, a economia brasileira registrou leve crescimento de 0,1% no terceiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior. Foi a terceira alta seguida. Para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), essa variação representa estabilidade.
Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 1,4%, no segundo avanço seguido.
- Queda de juros e inflação menor puxam consumo das famílias no 3º tri
- Importante no PIB, investimento sobe no 3º tri após 15 quedas seguidas
- Por que a sensação de crise persiste mesmo com a recuperação?
Os resultados foram divulgados pelo instituto nesta sexta-feira (1º) e são piores do que o esperado por analistas consultados pela agência de notícias Reuters, que previam crescimento trimestral de 0,3%. Já a FGV (Fundação Getúlio Vargas) acertou sua estimativa (0,1%).
Em valores atuais, o PIB no segundo trimestre alcançou R$ 1,641 trilhão.
Há indicações de que talvez o pior tenha ficado para trás em relação aos investimentos
Rodolfo Margato, economista do Santander
Revisão para cima
O IBGE revisou para cima o desempenho da economia na primeira metade do ano. O crescimento do primeiro trimestre passou de 1% para 1,3%, e o do segundo trimestre, de 0,2% para 0,7%. As duas comparações se referem ao trimestre imediatamente anterior.
Outra revisão foi a do PIB de 2016, quando o país enfrentou o segundo ano seguido de recessão. Agora, o instituto informa que a economia no ano passado encolheu 3,5%, e não 3,6%, como divulgado anteriormente.
O crédito melhorou, os juros caíram, a inflação recuou de forma significativa. São os vários fatores conjunturais que ajudaram a economia no período
Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE
Agropecuária encolheu no trimestre
Dentre os setores da economia, por um lado, os serviços (+0,6%) e a indústria (+0,8%) cresceram no terceiro trimestre, em relação ao segundo. Por outro, a agropecuária, que vinha sustentando o crescimento do país neste ano, encolheu 3%.
Na comparação com o mesmo trimestre de 2016, porém, a agropecuária continua puxando a economia, com alta de 9,1%. Este resultado pode ser explicado, principalmente, pelo desempenho de alguns produtos da lavoura que possuem safra relevante no terceiro trimestre e pela produtividade do milho, do algodão e da laranja.
Nesta mesma comparação, a indústria cresceu 0,4%, resultado influenciado, principalmente, pelo aumento da produção de alimentos, carros, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos, móveis e máquinas e equipamentos.
Os serviços também cresceram (1%), com destaque para comércio (+3,8%), ramo imobiliário (+2,1%) e transportes e serviços de armazenagem e correio (+1,9%).
Sinais de recuperação
Apesar do desempenho pior que o esperado no terceiro trimestre, a economia brasileira tem dado sinais de saída da sua mais longa e profunda crise.
O desemprego no país está caindo, mas a taxa de desocupação ainda está em um patamar elevado, de 12,2%. São 12,7 milhões de desempregados. Além disso, a maior parte das vagas criadas estão na informalidade, sem carteira assinada.
Acredito que emprego e renda não vão continuar crescendo. O emprego tem expandido com menor rendimento e informalidade, e a inflação vai acelerar. Tudo isso afeta o consumo
José Francisco Gonçalves, economista-chefe do banco Fator
Reformas
O presidente Michel Temer, que assumiu o cargo interinamente em maio de 2016 e foi efetivado após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, procurou implementar uma agenda de reformas econômicas impopulares, criticadas pela população, mas apoiadas pelo mercado financeiro.
A reforma trabalhista, que alterou consideravelmente a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) já está em vigor.
Mas o governo ainda não conseguiu apoio suficiente no Congresso para votar a sua principal pauta, a reforma da Previdência.
Um levantamento realizado pela "Folha de S.Paulo" mostra que pelo menos 213 deputados devem votar contra a proposta. Por ser uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional), o texto precisa do apoio de no mínimo 308 dos 513 deputados.
O que entra na conta do PIB?
O PIB é a soma de tudo o que é produzido no país. Os dados consideram a metodologia atualizada do cálculo.
(Com agências de notícias)
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