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Bolsas da Ásia despencam após queda nos EUA; Japão perde quase 5%

Do UOL, em São Paulo

06/02/2018 08h35

As Bolsas da Ásia e do Pacífico despencaram nesta terça-feira (6), após forte queda nos mercados dos Estados Unidos na véspera.

O índice japonês Nikkei perdeu quase 5%, na maior queda diária em um ano e meio, desde junho de 2016, chegando ao menor nível desde 20 de outubro do ano passado.

A Bolsa da China se desvalorizou 3,38%, no maior recuo diário em dois anos, desde fevereiro de 2016. Algumas empresas chegaram a suspender a negociação de papéis para evitar uma queda maior.

Veja as variações das Bolsas da Ásia e do Pacífico nesta terça:

  • Japão: - 4,73%
  • Hong Kong: -5,12%
  • China: -3,38%
  • Coreia do Sul: -1,54%
  • Taiwan: -4,95%
  • Cingapura: -2,2%
  • Austrália: -3,2%. 

Juros nos EUA

O mercado financeiro vem sendo afetado desde o final da semana passada por preocupações com a inflação nos Estados Unidos.

Na sexta, o governo norte-americano divulgou dados sobre o mercado de trabalho, mostrando que a abertura de vagas está deixando o país próximo de atingir o pleno emprego. Além disso, os salários aumentaram no maior ritmo desde 2009.

O bom desempenho da economia norte-americana deve levar a um aumento da inflação e, para mantê-la controlada, investidores avaliam que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) subirá as taxas de juros em um ritmo mais acelerado. 

Juros mais altos nos EUA tornam o país mais atrativo para investimentos. Por outro lado, tende a provocar saída de recursos de outros países, como os asiáticos e até mesmo o Brasil.

"Nós temos um ambiente em que as taxas de juros estão subindo. Nós temos uma economia mais forte, então o Fed deve continuar a apertar. Você está vendo mudanças reais ocorrerem e diferentes investimentos estão se ajustando a isso", disse à agência de notícias Reuters um estrategista-chefe de mercado, Michael O'Rourke.

O mercado brasileiro também foi afetado na véspera. O Ibovespa, principal índice da Bolsa fechou em queda de 2,59%, a maior em mais de oito meses, e o dólar comercial subiu 1%, ao maior valor em mais de um mês

Bolsas dos EUA

Se o aumento do emprego e dos salários e a atração de investidores são boas notícias para os Estados Unidos, por que as Bolsas também caíram por lá na véspera?

O Dow Jones perdeu 4,6%, a maior queda diária já registrada na história do índice. O S&P 500 recuou 4,1%, e a Nasdaq, 3,78%.

Analistas afirmam que o desempenho negativo decorre de uma correção do mercado. Nas últimas semanas, as Bolsas dos EUA vinham registrando sucessivos recordes de alta, fazendo com que os preços das ações não correspondessem ao que de fato valiam. Neste ano, o Dow Jones bateu 11 recordes, enquanto o S&P 500 marcou 14 e o índice da Nasdaq, 13. Agora, investidores vendem ações e embolsam os lucros.

Além disso, a perspectiva de alta nos juros torna os títulos do governo norte-americano, um investimento de baixo risco, mais atrativos que as ações, que representam risco maior. Os rendimentos dos títulos, inclusive, têm subido nos últimos dias. 

(Com Reuters)