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"Bolsonaro precisa puxar a reforma da Previdência para si", diz Kataguiri

Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

26/02/2019 11h09

O deputado federal Kim Kataguiri (DEM) cobrou hoje em São Paulo participação maior do presidente Jair Bolsonaro na defesa da reforma da Previdência. Em evento promovido pelo BTG Pacutal em São Paulo, Kataguiri participou de uma entrevista ao lado do também deputado federal Marcel van Hattem (Novo). Os dois alertaram para a frágil base do governo no Congresso para pedir empenho maior de Bolsonaro na defesa do tema.

"Bolsonaro tem popularidade, mas ainda não puxou para si o bônus da reforma", afirmou Kataguiri. "Ele saiu do processo eleitoral fortalecido. Eu não critico porque não houve tempo, mas que o presidente traga a imagem da reforma para si."

Twitter "tímido"

Hattem concorda. Durante a entrevista, ele visitou a conta do presidente no Twitter para dizer que Bolsonaro vem falando pouco sobre a reforma em sua rede social. "O último post sobre o assunto foi no dia 20 de fevereiro. Para quem lida com rede social, isso é muito tímido. Se o presidente está comprometido, todo dia tem de ter uma mensagem sobre a Previdência e combate aos privilégios."

O deputado do Novo elogiou a "humildade" de Bolsonaro, que, ao entregar a reforma no Congresso, admitiu que errou ao votar contra a Previdência quando foi deputado federal. "Ele disse 'eu errei votando contra a reforma da Previdência'. Acho essa estratégia uma boa. Ele usava fake news para combater a reforma, e agora faz um exercício de humildade ao admitir que errou."

Hattem disse ainda que a distância de Bolsonaro do tema "desestimula [os parlamentares] se não há esforço da parte de cima". "Queremos um time todo engajado", afirmou.

Base frágil

Os parlamentares lembraram que a base de sustentação do governo no Congresso é muito frágil, o que ficou claro após a derrubada do decreto do vice-presidente, Hamilton Mourão, sobre sigilo de informações públicas. "Em um mero pedido de urgência foi derrubado o decreto. Esse susto foi importante porque agora o presidente chamou os líderes", disse Hattem. 

Para Kim, a estratégia do governo para emplacar a reforma deve ser diferente da do ex-presidente Michel Temer. "Precisa de um discurso diferente. Não bata tanto na tecla de que a conta não fecha porque isso não é palpável para a população", disse.

Aprovação em maio

Apontada como futura líder do governo na Congresso, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) espera que a reforma seja aprovada ainda no primeiro semestre. "Em reunião com [Rodrigo] Maia e [Davi] Alcolumbre, falamos em aprovar a reforma até o final de maio", afirmou a deputada, mencionando os presidentes da Câmara e do Senado.

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