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Rombo dos fundos de pensão cai 13% e fecha 2018 em R$ 29 bi, diz entidade

Do UOL, em São Paulo

13/03/2019 17h40

O rombo nas contas dos fundos de pensão, que cresceu rapidamente e passou de R$ 70 bilhões em 2015 e 2016, está diminuindo. Em 2018, o déficit acumulado do sistema ficou em R$ 29,2 bilhões, queda de 13,4% ante 2017 (R$ 33,7 bilhões).

Os dados foram divulgados pela associação que representa as entidades do setor, a Abrapp (Associação Brasileira das Entidades de Previdência Complementar Fechada).

Os fundos de pensão são organizações ligadas a empresas, estatais ou privadas, que gerem investimentos e oferecem benefícios aos seus trabalhadores e aposentados --como previdência privada e plano de saúde.

As empresas e trabalhadores fazem contribuições para o fundo. Os gestores desse fundo definem onde investir esses recursos para fazê-los render mais. Nos últimos anos, porém, em vez de lucros, alguns fundos tiveram prejuízos bilionários.

Funcef, formado pelos funcionários da Caixa Econômica Federal, Petros, da Petrobras, Previ (ligado ao Banco do Brasil) e Postalis (dos Correios) estiveram no centro de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) em 2016. A CPI indiciou 353 pessoas por corrupção e má gestão que levaram a prejuízos superiores a R$ 4 bilhões.

Trabalhadores tiveram que pagar mais

O que ajudou a reduzir esse rombo foi a melhora na rentabilidade dos investimentos e o esforço das entidades para ampliar a base de participantes, segundo o presidente da Abrapp, Luis Ricardo Martins.

"Os resultados vieram acima do esperado e, com o crescimento da população que envolve os participantes, temos certeza de que o sistema fechado [de previdência complementar] irá retomar o crescimento e ajudar o país", disse Martins, em entrevista coletiva para apresentar os números.

Profissionais e entidades ligadas ao setor também destacam o impacto dos chamados planos de equacionamento que diversos fundos promoveram nos últimos anos. Trabalhadores e empresas foram chamados a pagar uma contribuição maior para ajudar a cobrir o rombo.

Rendimentos de 12,2%

Os fundos de pensão tiveram uma rentabilidade de 12,22% em 2018, de acordo a Abrapp. O rendimento é superior ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), que serve de referência para os investimentos de renda fixa e variou 6,42% em 2018, e da TJP (Taxa de Juros Padrão), que serve de referência para as fundações e variou 10,14%, segundo a Abrapp.

Os ativos totais sob a gestão dos fundos de pensão associados à Abrapp também cresceram. Eles passaram de R$ 838 bilhões, em 2017, para R$ 900 bilhões, em 2018, equivalente a 13,2% do PIB do país. O crescimento foi de 7,4%.

Aposentadoria média de R$ 5.968

Em 2018, de acordo com a Abrapp, o valor médio das aposentadorias recebidas pelos associados foi de R$ 5.968 mensais. As aposentadorias por invalidez foram, em média, de R$ 2.413 e as pensões, de R$ 2.838.

Atualmente, o sistema alcança 2,7 milhões de trabalhadores ainda na ativa, além de 847 mil aposentados ou inativos. O número de dependentes ligados a eles passa de 3,9 milhões, segundo a Abrapp.

Em busca de novos clientes

Entre outros benefícios, os fundos de pensão oferecem planos de previdência privada voltados exclusivamente aos empregados das empresas que representam.

Um dos projetos mais recentes do setor é ampliar essa oferta também para os familiares dos empregados. Na estimativa da Abrapp, ao menos 50 fundos devem chegar ao final de 2019 oferecendo essa opção de plano familiar a seus associados.

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