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"Não vou ser mulher de malandro e apanhar da base do presidente", diz Maia

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

08/04/2019 19h10Atualizada em 08/04/2019 20h02

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou hoje que desistiu de participar da articulação da reforma da Previdência na Câmara porque foi mal compreendido.

"Eu esperava que a gente pudesse ter um governo de coalização. [Mas] não vou ser mulher de malandro e ficar apanhando da base eleitoral do presidente", disse.

Maia afirmou que não fala mais sobre número de votos nem prazo para votação da proposta porque perdeu as condições de desempenhar esse papel. "Pareceria que eu estava tentando me aproveitar de uma articulação política." Agora, diz que vai cumprir seu papel institucional de votar os temas, mas sem se envolver em negociações.

Segundo Maia, a data de votação é irrelevante, e o mais importante é conseguir uma economia de R$ 1 trilhão.

"Se vai ser votada em junho ou julho não importa. Se conseguir R$ 500 bilhões em junho ou R$ 1 trilhão em agosto, é melhor esperar para votar até agosto", disse.

Maia e governo se desentenderam

O presidente da Câmara, que desde o começo se posicionou como defensor da reforma da Previdência, desistiu da articulação da proposta no mês passado, após ser criticado por um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais.

Depois disso, Maia e Bolsonaro passaram a trocar farpas publicamente. Em meio ao bate-boca público entre os dois, o ministro Paulo Guedes disse que poderia deixar o cargo caso a reforma não fosse aprovada e fosse reconhecida uma dívida bilionária da União com os estados.

O desentendimento entre o Executivo e o Legislativo gerou tensão nos mercados e fez a Bolsa cair e o dólar disparar.

Após dias de atrito, Bolsonaro e Maia fizeram as pazes. O presidente afirmou que o bate-boca não passou de "chuva de verão", enquanto Maia disse que o caso era "assunto encerrado".

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