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Dólar sobe 2%, a R$ 3,954, maior valor em quase 6 meses; Bolsa perde 3,6%

Do UOL, em São Paulo

27/03/2019 17h14Atualizada em 27/03/2019 18h23

O dólar comercial fechou em alta de 2,27%, cotado a R$ 3,954 na venda. É o maior valor de fechamento em quase seis meses, desde 1º de outubro (R$ 4,018). O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, se refere ao dólar comercial. Para turistas, o valor sempre é maior.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 3,57%, a 91.903,40 pontos. É o menor nível de fechamento desde 7 de janeiro (91.699,05 pontos) e a maior desvalorização percentual diária desde 6 de fevereiro (-3,74%).

BB e Gol tombam mais de 5%

Entre as maiores quedas da Bolsa nesta sessão estão as ações do Banco do Brasil (-5,54%) e da Gol (-5,12%).

Também fecharam baixa os papéis da Petrobras (-4,64%), do Bradesco (-3,46%), do Itaú Unibanco (-3,39%) e da Vale (-1,35%). Essas empresas têm grande peso sobre o Ibovespa.

PEC na Câmara impõe derrota ao governo

O mercado foi afetado pela aprovação de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) que diminui o poder do governo para controlar o Orçamento.

Na noite de ontem, a Câmara dos Deputados aprovou em dois turnos, por ampla maioria, uma lei que obriga o pagamento de despesas que hoje podem ser adiadas. Na prática, os gastos públicos ficariam mais engessados. A medida agora segue para o Senado.

A PEC representa uma derrota para o governo Bolsonaro, em meio a uma disputa entre o Executivo e o Legislativo. O engessamento é o contrário do defendido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que quer desvincular totalmente o Orçamento, acabando com os gastos obrigatórios.

Reforma da Previdência parada

A medida aprovada pela Câmara aumentou a preocupação de investidores com a capacidade do governo de articular a aprovação da reforma da Previdência no Congresso.

"O recado é claro. O governo não tem apoio. E menos ainda para uma pauta impopular como a reforma [da Previdência]. O mercado está sendo chamado à realidade", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora, à agência de notícias Reuters.

Ontem, Guedes cancelou sua participação em uma audiência pública para discutir a proposta na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça). A CCJ é o primeiro órgão colegiado a analisar a reforma da Previdência, e a ausência de Guedes já havia gerado preocupações no mercado.

No lugar de Guedes, foram enviados técnicos do ministério. A oposição criticou a atitude do governo e cancelou a sessão. Em um acordo de líderes, a comissão decidiu convidar Guedes novamente na quarta-feira da semana que vem (3). Se o ministro não for, ele será convocado e obrigado a comparecer.

Hoje, o ministro participa de uma audiência na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado.

Atuação do BC

O Banco Central vendeu todos os 14,5 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalentes à venda futura de dólares, ofertados em rolagem do vencimento abril. Com isso, já renovou US$ 11,600 bilhões dos US$ 12,321 bilhões com vencimento no começo de abril.

(Com Reuters)

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