Bolsonaro diz que linha do BB mudou e defende veto a comercial
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) atribuiu a uma mudança na linha de pensamento a decisão de mandar vetar uma propaganda do Banco do Brasil (BB) voltada para o público jovem que tinha presença de 50% de atores negros e de uma personagem transexual. Muitos dos atores usavam tatuagens e cabelos coloridos.
"Quem é que indica e nomeia o presidente do Banco do Brasil? Não sou eu? Não preciso falar mais nada então. A linha mudou. A massa quer o quê? Respeito à família. Ninguém quer perseguir minoria nenhuma. Não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira. Vocês sabem que essa não é a minha linha", explicou a jornalistas após participar de um evento na manhã de hoje em Brasília.
Bolsonaro ordenou a retirada do comercial após assistir à propaganda, que estava no ar desde o início do mês. A peça foi retirada no dia 14. O presidente ainda solicitou a demissão de Delano Valentim, que era diretor de marketing do banco, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. As duas medidas foram atendidas pelo presidente do BB, Rubem Novaes.
O presidente ainda usou como exemplo o comportamento dos seus ministros em relação ao seu posicionamento sobre a liberação de armas. Bolsonaro disse quem discordar deve ficar em silêncio.
"Por exemplo, meus ministros, eu tenho uma linha. Eu sou armamentista. Ministro meu ou é armamentista ou fica em silêncio", declarou.
Desidratação na reforma da Previdência?
Após Bolsonaro afirmar na quinta-feira (25) que haveria uma economia de R$ 800 bilhões em um período de dez anos com a reforma da Previdência, ele voltou atrás e disse que não fez essa declaração.
Segundo o presidente, a proposta não pode ser desidratada. "Não foi isso que eu falei. Ela (reforma da Previdência) não pode ser desidratada. Tem um limite (de R$ 1 trilhão). Abaixo disso, como diz o Paulo Guedes, vai retardar a queda do avião. O Brasil não pode quebrar. Nós temos que alçar um voo seguro para que todos possam se beneficiar da nossa economia", declarou.
Na quinta, Bolsonaro respondeu que o valor de R$ 800 bilhões era a "previsão mínima da reforma da Previdência". A declaração motivou críticas do deputado federal Marcelo Ramos (PR-AM), presidente da Comissão Especial da Reforma na Câmara.
"Cada vez que Bolsonaro fala sobre a reforma, ele retira alguma coisa", disse Ramos, lembrando que no mesmo dia em que o Ministério da Economia apresentou um novo cálculo sobre o impacto fiscal da proposta, passando de R$ 1 trilhão para R$ 1,14 trilhão de economia em dez anos, o próprio chefe de Estado brasileiro reconheceu que a proposta pode ser desidratada e a economia pode ficar em torno de R$ 800 bilhões. "Isso não ajuda em nada, vai contra o trabalho da própria equipe econômica".
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