Bolsonaro cita juros do BB; Dilma foi criticada por interferência em bancos
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) fez hoje um apelo público para que o Banco do Brasil baixe os juros do crédito rural. Em discurso durante a abertura da Agrishow, uma das principais feiras do agronegócio no país, em Ribeirão Preto (SP), ele pediu ao presidente do BB, Rubem Novaes, que "esses juros caiam um pouco mais".
Sete anos antes, em 2012, a então presidente Dilma Rousseff (PT) foi criticada por economistas e pelo mercado financeiro por determinar que bancos públicos, entre eles Banco do Brasil e Caixa, baixassem os juros. A medida foi uma tentativa de forçar os demais bancos a reduzirem suas taxas. Na ocasião, o governo dizia que precisava colocar os juros e os spreads (lucro dos bancos com juros) no nível dos "padrões internacionais".
O mercado costuma ficar apreensivo quando o governo usa estatais para controlar preços, temendo que essas medidas gerem prejuízos às empresas. Nesta segunda-feira, as ações do Banco do Brasil passaram a operar em queda logo após a declaração de Bolsonaro.
Bolsonaro manda BB tirar propaganda do ar
Essa é a segunda vez em que Bolsonaro faz um pedido direto ao presidente do Banco do Brasil. Na semana passada, o banco público retirou do ar uma campanha publicitária e demitiu seu diretor de marketing a mando do presidente. O comercial era direcionado ao público jovem e tinha a presença de atores negros e que representavam a diversidade sexual.
Bolsonaro disse que vetou a propaganda porque houve uma mudança na linha de pensamento do governo e do banco.
"Quem é que indica e nomeia o presidente do Banco do Brasil? Não sou eu? Não preciso falar mais nada então. A linha mudou. A massa quer o quê? Respeito à família. Ninguém quer perseguir minoria nenhuma. Não queremos que dinheiro público seja usado dessa maneira. Vocês sabem que essa não é a minha linha", disse o presidente a jornalistas.
Presidente segurou aumento do diesel
O apelo de Bolsonaro para o Banco do Brasil baixar os juros acontece duas semanas após a Petrobras adiar o aumento do diesel em suas refinarias a pedido do presidente, que temia uma eventual greve de caminhoneiros. O episódio foi interpretado pelo mercado como uma intervenção do governo na empresa, e as ações da Petrobras despencaram 8%, gerando uma perda de R$ 32 bilhões em valor de mercado em um único dia.
Dias depois, a Petrobras anunciou um aumento de R$ 0,10 no preço do diesel nas refinarias. O percentual do reajuste foi 4,84% e ficou abaixo do anteriormente anunciado --e cancelado--, de 5,7%.
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