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Lula fora da prisão pode ajudar oposição e enfraquecer reforma, diz Eurasia

03.maio.2019 - Ex-presidente Lula concede sua primeira entrevista desde quando foi preso - Marlene Bergamo/Folhapress
03.maio.2019 - Ex-presidente Lula concede sua primeira entrevista desde quando foi preso Imagem: Marlene Bergamo/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

07/05/2019 19h13

A possibilidade de o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva conseguir uma progressão de sua pena de prisão para o regime semiaberto deve dar ao petista maior visibilidade, o que pode fortalecer a oposição, bem como acirrar os debates em torno da reforma da Previdência. A análise faz parte de um relatório da consultoria Eurasia Group enviado a clientes e investidores.

"A potencial soltura de Lula pode intensificar a batalha da comunicação sobre a reforma da Previdência", diz o texto. "É pouco provável que Lula seja totalmente liberado da prisão no curto prazo. Ainda assim, uma presença maior na mídia pode fortalecer a oposição ao governo e, em especial, às deliberações da reforma no Congresso. (...) Não esperamos que a oposição cresça de maneira significativa, mas é um sinal importante para acompanhar."

Julgamento realizado pelo STJ (Supremo Tribunal de Justiça) reduziu a pena que Lula cumpre atualmente em Curitiba e abriu espaço para que o ex-presidente peça progressão para o regime semiaberto. Isso o permitira sair da prisão durante o dia e voltar apenas para dormir. Lula afirmou que estuda a possibilidade pedir a progressão.

De volta às entrevistas

O relatório da Eurasia também destacou o possível impacto que novas entrevistas concedidas pelo presidente possam ter para fortalecer o discurso da oposição e de críticas ao governo.

Antes proibido de dar entrevistas da prisão, o ex-presidente recebeu permissão para falar com a imprensa e deu em abril sua primeira entrevista desde que foi preso. "Ele [Lula] falou com a Folha de S.Paulo e o El País, fazendo duras críticas à gestão atual e à reforma da Previdência."

Opinião pública é essencial

No relatório, os analistas da consultoria ressaltam que a opinião pública é ponto-chave para definir o desfecho da reforma no Congresso, onde o texto tramita atualmente sob a ameaça de sofrer reduções e revisões por parte dos parlamentares. "O sentimento público sobre a reforma da Previdência é a variável mais importante", afirmou a análise.

O relatório destaca, por outro lado, o esforço de Bolsonaro e de quadros de sua equipe a favor das mudanças no sistema de aposentadoria, depois de críticas de que não estariam se empenhando o suficiente na promoção da questão.

"O governo também se empenhou em defender a reforma da Previdência. O presidente Jair Bolsonaro deu uma entrevista em 5 de maio em que abordou temas sobre sua gestão e sua vida pessoal."

Em entrevista a jornais, Lula fala sobre Moro, Bolsonaro e prisão

TV Folha