Prévia da inflação desacelera a 0,35%, mas é a maior para maio em 3 anos
O IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor - Amplo 15), considerado uma prévia da inflação oficial (IPCA), desacelerou para 0,35% em maio, após ter ficado em 0,72% em abril. É a maior variação para um mês de maio desde 2016 (0,86%).
O acumulado no ano ficou em 2,27% e, nos últimos 12 meses, em 4,93%. Em maio de 2018, a taxa havia sido de 0,14%. Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Remédios e gasolina puxam índice
Os grupos Saúde e Cuidados Pessoais (alta de 1,01%) e Transportes (0,65%) tiveram os maiores impactos sobre o índice no mês. No primeiro grupo, a alta foi influenciada principalmente pelos remédios (2,03%), refletindo parte do reajuste anual, em vigor desde 31 de março. Destacam-se também os planos de saúde (0,8%) e os artigos de higiene pessoal (0,62%).
As altas nos Transportes vieram da pressão exercida pelos combustíveis (3,3%), particularmente a gasolina (3,29%), maior impacto individual (0,14 ponto percentual) no índice. Por outro lado, as passagens aéreas tiveram queda de 21,78%, no maior impacto negativo (-0,09 p.p.) do mês.
Feijão fica mais barato, mas preço do tomate sobe
O grupo Alimentação e Bebidas ficou estável em maio, após a alta de 0,92% em abril. Os destaques ficam com o feijão-carioca (-11,55%), as frutas (-3,08%) e as carnes (-0,52%). Por outro lado, o preço do tomate (13,08%) e da batata-inglesa (4,12%) tiveram alta.
Em Habitação (0,55%), o item energia elétrica subiu 0,72% em maio, acima do registrado em abril (0,58%) considerando a bandeira tarifária amarela, em vigor desde o início do mês.
Juros X Inflação
Os juros são usados pelo BC para tentar controlar a inflação. De modo geral, quando a inflação está alta, o BC sobe os juros para reduzir o consumo e forçar a queda dos preços. Quando a inflação está baixa, o BC derruba os juros para estimular o consumo.
Na última reunião, o Comitê de Política Monetária do BC decidiu manter a taxa de juros em 6,5% ao ano, no menor nível da história (o Copom foi criado em 1996).
Metodologia
O IPCA-15 refere-se às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, considerada a inflação oficial; a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
(Com Reuters)
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