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Economia desacelera no final de 2019, e prévia do PIB é a menor em 3 anos

Do UOL, em São Paulo

14/02/2020 09h08

O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" informal do PIB (Produto Interno Bruto), fechou o ano de 2019 com alta de 0,89%. É o terceiro ano seguido de crescimento do índice, mas o pior resultado em três anos. O IBC-Br foi de 1,34% em 2018 e de 0,94% em 2017, após anos de queda, segundo dados revisados do BC.

A prévia do PIB também é inferior ao desempenho esperado pelo governo e por analistas consultados no Boletim Focus, do BC, de alta de 1,12%.

O indicador sinaliza perda de fôlego da economia no final do ano, com queda de 0,27% em dezembro, em relação a novembro, maior que o recuo esperado.

Os dados do BC mostraram um cenário ainda mais sombrio para a economia no final do ano passado ao revisar a taxa de novembro para uma queda de 0,11% sobre o mês anterior, depois de ter divulgado anteriormente alta de 0,18% em novembro.

Com isso, o IBC-Br terminou o quarto trimestre do ano com crescimento de 0,46% sobre o trimestre anterior.

As informações foram divulgadas hoje pelo Banco Central. O PIB oficial só será divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 4 março.

Recuperação lenta

O ano de 2019 começou com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG), o que afetou com força o setor extrativo. Foi marcado ainda por inflação e juros baixos e liberação de saques do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), mas com recuperação ainda lento do mercado de trabalho, sustentado por vagas sem carteira assinada.

Mas dados do final do ano levantam questões sobre o ritmo gradual da recuperação econômica, mostrando que a atividade permanece fraca.

No ano passado, a produção industrial fechou com redução de 1,1%, interrompendo dois anos seguidos de ganhos. As vendas no varejo tiveram crescimento pelo terceiro ano seguido, porém no ritmo mais fraco desses três anos.

Já o volume do setor de serviços brasileiro recuou em dezembro pelo segundo mês seguido, mas ainda assim encerrou o ano passado com crescimento pela primeira vez em cinco anos.

Redução da taxa de juros

No início deste mês, o BC reduziu a taxa básica de juros Selic em 0,25 ponto percentual à nova mínima histórica de 4,25% ao ano, indicando o fim do atual ciclo de cortes, em meio à leitura de que os ajustes já feitos ainda vão surtir efeito na economia.

IBC-Br

O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE.

O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.

O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).

A estimativa incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.

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