Jovem terá 400 mil vagas de aprendiz se governo pagar 50%, dizem empresas
O Brasil poderia gerar 400 mil empregos para jovens por dois anos se o governo dividisse os custos com as empresas, por meio do programa jovem aprendiz. A avaliação é do presidente do Ciee (Centro de Integração Empresa Escola), Humberto Casagrande.
O programa foi criado a partir da Lei da Aprendizagem, de 2000. O objetivo é estimular o emprego entre jovens, de 14 a 24 anos, principalmente aqueles que nunca tiveram trabalho, e oferecer capacitação profissional a eles.
A legislação determina que médias e grandes empresas tenham de 5% a 15% de seus funcionários como aprendizes. O jovem pode trabalhar, no máximo, dois anos como aprendiz. E precisa estar cursando ou já ter concluído a escola e frequentar o curso técnico conveniado com a empresa, relacionado à atividade que desempenhar enquanto estiver contratado.
Medida custaria R$ 6 bilhões
Segundo Casagrande, o contrato de trabalho de um jovem aprendiz custa R$ 30 mil por dois anos. Para contratar 400 mil jovens, são necessários R$ 12 bilhões. O executivo do Ciee avalia que o governo deveria pagar metade do custo, que seria de R$ 6 bilhões, para incentivar a contratação desses jovens.
"Com a pandemia, os contratos de jovens aprendizes não estão sendo renovados. E os de estágio estão sendo rescindidos. Temos 3 milhões de jovens cadastrados. 1,8 milhão em busca de estágio e 1,2 milhão em busca de vaga como aprendiz. O governo dividir o custo de contratação com as empresas seria importante nesse momento de pandemia", diz Casagrande.
Todas as agências de integração seriam beneficiadas com a medida, diz Casagrande. Segundo ele, o custo é baixo em relação ao já gasto pelo governo para reduzir os impactos da pandemia do coronavírus.
A proposta será apresentada por Casagrande ao Ministério da Economia em uma reunião na próxima semana. Segundo ele, os secretários de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, e de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, devem participar do encontro.
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