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Dólar emenda 4ª semana de alta e fecha a R$ 5,607, maior valor em 3 meses

Do UOL, em São Paulo*

21/08/2020 17h18

O dólar comercial emendou hoje (21) a terceira alta consecutiva e fechou com valorização de 0,95%, cotado a R$ 5,607 na venda, maior valor desde 20 de maio (R$ 5,690). A moeda norte-americana terminou a semana com alta de 3,31%. Foi a quarta semana seguida de valorização. No ano, o dólar acumula alta de 39,72%. Ontem (20) a moeda norte-americana tinha subido 0,43%, vendida a R$ 5,554.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou praticamente estável, com leve alta de 0,05%, a 101.521,29. A Bolsa encerrou a semana com alta de 0,17%, interrompendo uma sequência de duas semanas de queda.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Gastos públicos e situação fiscal do Brasil

O dólar chegou a superar os R$ 5,63 ao longo do dia, em meio ao nervosismo sobre a saúde fiscal do Brasil —mesmo depois que a Câmara dos Deputados manteve o veto presidencial que proíbe a concessão de reajuste a servidores públicos.

Depois de uma quinta-feira marcada por temores em relação aos gastos provocados pelo combate ao coronavírus, a expectativa entre alguns analistas era de que o mercado se acalmaria após a decisão da Câmara, que evitou um impacto superior a R$ 120 bilhões nas contas públicas.

"Eu vejo que ainda há risco", disse à agência de notícia Reuters Denilson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset. "O Orçamento para 2021 segue na pauta e vai continuar a influenciar na volatilidade do dólar contra o real."

Segundo ele, a situação das contas públicas "não vai sair do radar porque há uma dúvida bem grande em relação a qual política fiscal vai ser adotada por parte do governo".

De um lado, gastos maiores com a implementação do auxílio emergencial protegem a renda e melhoraram a avaliação do presidente Jair Bolsonaro, trazendo algum alívio político, mas, de outro, os mercados, alinhados ao ministro da Economia, Paulo Guedes, seguem pressionando pelo controle das torneiras de dinheiro.

Hoje, o presidente Bolsonaro prometeu a continuidade do auxílio emergencial até dezembro, mas não informou qual será o valor da parcela.

Estados Unidos e China

O noticiário internacional estava atento à disputa comercial entre Estados Unidos e China, enquanto os investidores digeriam dados preliminares de atividade empresarial de grandes economias.

Dados positivos sobre a atividade econômica nos Estados Unidos ajudaram a impulsionar as ações globais e o dólar. As vendas de moradias nos EUA vieram mais fortes do que o esperado e cresceram em ritmo recorde pelo segundo mês consecutivo, também indicando uma economia em crescimento.

*Com Reuters

Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.