'Pouco para quem recebe, muito para quem paga', diz Bolsonaro sobre auxílio
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a reclamar, em transmissão realizada na noite de hoje, do custo mensal de R$ 50 bilhões do auxílio emergencial a informais e afirmou que gostaria de destinar o valor para o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, para investir em obras públicas. Após divergências explícitas ao longo da semana, Bolsonaro também falou que a equipe de Paulo Guedes informou que "a economia está reagindo" e que espera que isso aconteça de fato.
"Vamos prorrogar o auxílio emergencial até o final do ano. Eu falei na semana passada que R$ 600 é muito, bateram em mim. É muito para o país, para quem paga. Esse dinheiro é endividamento. O Brasil está se endividando. São 50 bilhões por mês. Não dá para manter os R$ 600. Falaram em R$ 200, é pouco demais. É pouco para quem recebe, mas é muito para quem paga. Não podemos continuar nos endividando", disse ele, durante transmissão realizada nas redes sociais.
Bolsonaro, que tem participado de uma série de inaugurações públicas no país nas últimas semanas, afirmou que queria os R$ 50 bilhões do auxílio "na mão do Tarcísio". "Eu acho que, em um ano praticamente ele resolveria os grandes problemas de Infraestrutura do Brasil", disse Bolsonaro. Damares, então, interrompeu e pediu R$ 5 bilhões para a sua pasta, mas foi ignorada.
O presidente disse ainda que é preciso que as pessoas retornem ao trabalho, e reiterou que a prorrogação do auxílio emergencial será apenas até o final do ano, com um valor que ficará entre 200 reais a 600 reais.
Ele ressalvou também que o dinheiro para bancar o benefício concedido a vulneráveis e trabalhadores informais devido à pandemia de covid-19 "não é nosso", e acaba levando a um endividamento do país.
Benefício até dezembro
Na prática, Bolsonaro confirmou o que já havia sido anunciado por lideranças do Executivo no Congresso e projetado pela equipe econômica. "Vai ser até dezembro, só não sei o valor. Enquanto for possível, nós o manteremos, mas você começa a ter consciência de que ele não pode ser eterno."
O benefício foi criado para ajudar trabalhadores informais, desempregados e MEIs (microempreendedores individuais) a enfrentar a crise do coronavírus. Começou com duração de três meses, e depois foram anunciadas duas parcelas extras.
O valor de R$ 600 não foi a primeira opção do governo. A equipe econômica havia proposto parcelas de R$ 200, mas o Congresso achou pouco e quis subir o valor para R$ 500. O presidente, então, resolveu conceder R$ 600 mensais.
O auxílio ajudou a levantar a popularidade do presidente, sobretudo na região Nordeste, tradicional reduto petista. Desde então, o governante — que tentará a reeleição em 2022 — começou a avaliar junto ao Ministério da Economia a possibilidade de prorrogação.
De acordo com os cálculos do governo, o pagamento do auxílio emergencial consome R$ 50 bilhões mensais do Orçamento público.
*Com informações da agência Estadão Conteúdo
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