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Bolsa cai ao menor nível em 3 meses; dólar emenda 4ª alta e vai a R$ 5,588

Do UOL, em São Paulo

23/09/2020 17h10

O dólar comercial emendou hoje a quarta alta seguida e fechou com valorização de 2,18%, cotado a R$ 5,588 na venda —maior valor desde 26 de agosto (R$ 5,612). Ontem (22) a moeda norte-americana tinha subido 1,26%, vendida a R$ 5,468.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, fechou em queda de 1,6%, a 95.734,82 pontos. É o menor nível de fechamento em quase três meses, desde 30 de junho (95.055,82 pontos). Na véspera, o Ibovespa fechou em alta 0,31%, a 97.293,539 pontos.

Na contramão do índice, os papéis da Localiza dispararam 13,97%, a R$ 58,97, recorde de fechamento, após anúncio do acordo que prevê incorporação de ações da Unidas pela empresa, criando uma gigante no setor de locação de veículos. As ações da Unidas, que não estão no Ibovespa, subiram 17,27%, a R$ 24,85.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Preocupação com coronavírus

A alta do dólar no Brasil seguia a tendência da moeda no exterior, após anúncio de novas restrições relacionadas à covid-19 no Reino Unido, que desencadeou uma onda de cautela internacional com o impacto econômico do ressurgimento de casos da doença.

"O mercado está preocupado com uma segunda onda de infecções por covid, com os investidores temerosos sobre se vai haver mesmo uma recuperação das principais economias", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

Em momentos incertos, a tendência de investidores é optar pelo dólar, por sua segurança. "O cenário acaba deixando todo mundo em pé de guerra, e o dólar continua sendo a principal moeda de troca; é onde o mercado se refugia", completou.

Dados mostrando que a atividade empresarial nos Estados Unidos desacelerou em setembro, afetada principalmente pelo setor de serviços, também estavam no radar de agentes do mercado.

Preocupação com gastos do governo

No Brasil, analistas seguem apontando a deterioração das contas públicas como um fator de impulso para o dólar, com o risco fiscal somando-se à decepção com o atraso na agenda de reformas do governo de Jair Bolsonaro e às recorrentes tensões políticas em Brasília.

Além disso, o patamar atual da taxa Selic na mínima histórica de 2% ao ano, —nível próximo a padrões de países desenvolvidos - "não somente nos afasta do capital internacional que evita em partes a grande volatilidade que estamos observando neste momento, como (é incompatível) com o nosso quadro fiscal geral", disse Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, em nota.

*Com Reuters