CGU multa Madero por propina a funcionários do Ministério da Agricultura
A CGU (Controladoria Geral da União) multou o restaurante Madero em R$ 442 mil por pagamento de propina em dinheiro e alimentos a funcionários do Ministério da Agricultura. Os membros da União em questão eram designados para fiscalizarem lojas da rede nas cidades de Balsa Nova e Ponta Grossa, no Paraná.
O valor a ser pago corresponde a 0,1% do valor do faturamento bruto da empresa no ano de 2017, excluídos os tributos e a multa aplicada.
O restaurante ainda deverá publicar a penalidade da CGU em uma edição de um dos quatro jornais de maior tiragem e circulação nacional, na entrada principal das lojas em que ocorreram os casos e no site da empresa por 30 dias.
Polêmicas do restaurante Madero durante a pandemia
Junior Durski, dono da rede, minimizou o fechamento parcial do comércio no começo da pandemia em março. Para ele, o Brasil iria enfrentar "consequências muito maiores" do que as "5 mil ou 7 mil pessoas que vão morrer por conta do coronavírus". Hoje, o país tem 152.460 mortes e 5.169.386 casos decorrentes do novo coronavírus, segundo o Ministério da Saúde.
Em abril, o empresário demitiu 600 funcionários, que segundo Durkski, faziam parte das equipes que seriam responsáveis pela expansão da rede. Era planejado a abertura de 65 lojas neste ano.
Porém, em julho, foram abertas uma unidade do Madero no Shopping Tijuca, no Rio de Janeiro e uma unidade do Jeronimo Burguer, da mesma companhia, na Vila Olímpia, em São Paulo. No mesmo mês, Luciano Huck, apresentador da Rede Globo, decidiu vender sua participação na rede.
O que diz o Madero?
O Madero afirmou, em nota, que "a companhia não concorda com a manifestação da CGU e vai adotar todas as medidas legais cabíveis para recorrer dessa decisão, porque, na realidade, em 2015 foi vítima de ameaças e extorsões de fiscais do MAPA, e, por iniciativa própria, procurou a Polícia Federal para comunicar esses fatos, tendo colaborado, desde o início, de maneira efetiva com as investigações policiais".
Ainda segundo a empresa, "a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal, inclusive, já analisaram esses mesmos fatos e não imputaram qualquer tipo de responsabilidade à companhia ou a seus representantes. A própria decisão da CGU destaca que a apuração dos fatos foi oriunda da autodenúncia da empresa".
O Grupo Madero diz ainda que "é uma empresa sólida, idônea e que se pauta pela seriedade, qualidade de seus produtos e serviços, bem como na ética que rege a conduta de seus representantes e funcionários".
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