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Seis dicas para proteger o seu Pix nesta Black Friday

João José Oliveira

Do UOL, em São Paulo

25/11/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Novo meio de pagamento enfrenta primeiro grande teste no varejo com a Black Friday
  • Novidade pode ser alvo de golpes e fraudes, alertam especialistas
  • Veja como evitar que golpistas explorem desconhecimento do usuário para entrar em aplicativos de bancos e fintechs

O Pix, novo meio de pagamento criado pelo Banco Central, enfrenta nessa sexta-feira (27) o primeiro grande teste, com a Black Friday. Segundo levantamento da Boa Vista, que administra o Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), feito com 600 representantes dos setores do comércio, serviços e indústria, 66% dos entrevistados disseram que as vendas na Black Friday deste ano serão iguais ou superiores às de 2019.

Mas a mesma Black Friday que significa descontos para consumidores e mais vendas para empresários também atrai golpistas de olho em clientes e varejistas descuidados. Especialmente porque é crescente a participação das vendas online nessa data, e o meio digital é um ambiente usado pelos criminosos que usam a tecnologia para aplicar golpes.

O Banco Central afirma que o Pix é um sistema seguro, tanto ou mais que alternativas de meios de pagamentos como cartão de crédito, TED, DOC e Boleto. Mas o órgão destaca que o usuário deve ser cuidadoso para evitar golpes.

Rápido, Pix exige maior atenção

Uma das principais qualidades do Pix, a velocidade, pode ser também um instrumento a favor de golpistas. Como esse meio de pagamento transfere valores em menos de 10 segundos, um descuido pode ser suficiente para que um criminoso digital consiga concluir a fraude instantaneamente. Por isso, atenção redobrada nessa Black Friday na hora de pagar com o novo instrumento.

O consumidor é sempre um elo mais fraco de segurança que as empresas nas transações eletrônicas. Os golpistas que querem atacar vão tentar explorar os descuidos dos consumidores. E sempre que se adiciona um novo elemento numa cadeia de pagamento, abre-se um novo espaço para fraudes. Isso vale para todo tipo de pagamento, não apenas para o Pix. A dica que dou aos consumidores nessa Black Friday é não deixar o olho crescer mais que o bom senso.
Rafael Cividanes, diretor de cibersegurança da empresa de tecnologia Kryptus

Seis dicas de especialistas para evitar golpes

  1. Pix só no aplicativo da instituição financeira: Não existe Pix fora do aplicativo do banco, da financeira ou da fintech do cliente. Para fazer pagamentos via Pix, a pessoa tem que entrar primeiro no aplicativo em que tem conta, ou no Internet Banking, ou no caixa eletrônico. Então, merece atenção especial do consumidor se o lojista pedir a ele que entre em outro ambiente diferente (site ou link) para, então, fazer o pagamento.
  2. Não clique em links desconhecidos: Cuidado com links que chegam de desconhecidos por meio de redes sociais, Whatsapp, e-mail ou SMS pedindo cadastro ou oferecendo brindes e descontos. Uma das formas que golpistas usam para roubar senhas de consumidores é enviar um link que leva a uma página falsa na Internet, muitas vezes, parecida com a de uma loja conhecida ou mesmo com um banco. É o chamado phishing, ou pescaria digital, fraude eletrônica para roubar dados pessoais do usuário e, com eles, fazer compras e transferência de valores. Segundo a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), 70% das fraudes digitais usam essa armadilha. Para trocar informações com o banco ou fintech, a pessoa deve confiar apenas nos canais oficiais - o aplicativo ou o Internet Banking ou caixa eletrônico. Na dúvida, procure a instituição financeira.
  3. Use seu próprio equipamento: Nunca use computadores públicos nem celulares de terceiros para comprar algo no comércio virtual. Fazer compras em ambiente com um wi-fi aberto também não é recomendado. Profissionais também alertam para o uso de carregadores de celular de pessoas desconhecidas. Evite fazer transações online com o smartphone plugado em uma tomada de um lugar público usando um carregador de desconhecidos.
  4. Cuidado com boletos: O Banco Central destaca que o Pix só poderá ser usado para pagamento via boleto se nesse documento houver QR Code, o que ainda não foi lançado. O Pix não pode ser usado para pagar boletos comuns, que têm apenas código de barras. Então, se alguma loja oferecer pagamento apenas via boleto, desconfie.
  5. Cheque a reputação das lojas: Antes de fechar a compra, é importante checar a reputação da loja online. Sites como o ReclameAQUI ou Consumidor.gov.br podem dar informações para quem foi apresentado a uma loja da qual nunca ouviu falar.
  6. Confira os dados: O Pix é uma forma de transferir dinheiro instantaneamente. Por isso, antes de fechar a transferência, confirme se a chave e os dados do destinatário estão mesmo corretos. Uma vez realizada e concluída, a transação via Pix é irreversível.

Os consumidores também precisam ter uma atenção redobrada neste período. Existem muitos sites falsos que são praticamente idênticos aos originais, com pequenas diferenças que passam despercebidas. Eles roubam os dados do usuário. Para as compras, se usar o boleto, verifique se o nome que consta nos dados bancários é o da loja que você comprou. Mas nada disso adianta se a pessoa não tiver uma ferramenta de segurança digital instalada, de fabricante conhecido e confiável no mercado.
Marcus Garcia, vice-presidente de produtos da FS Security

Pix é seguro, diz Banco Central

Em entrevista ao UOL, o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC (Banco Central), João Manoel de Mello, disse que o Pix pode ser até mais seguro do que outros meios porque a transação acontece só com autenticação pelos aplicativos dos bancos, fintechs e cooperativas de crédito. "Não há ambiente mais seguro do que o logado no celular", disse.

E se a transação for feita erradamente?

O diretor do Banco Central destacou que as instituições financeiras podem segurar por mais tempo operações consideradas suspeitas, aquelas que fogem do padrão de cada cliente.

Por isso, a transação com PIx, que é feita em até 10 segundos, pode demorar até 60 minutos se o banco, financeira ou fintech identificar algo estranho na operação.

Esse tempo a mais servirá para checar com o dono do dinheiro a veracidade da operação. E se uma fraude for identificada por meio do Pix, como o sistema é todo interligado, todos os demais bancos e instituições financeiras serão alertadas da tentativa.

Mas, se a transação for concluída, quem fez o envio do valor terá dificuldade para reaver o dinheiro, pois a operação só pode ser revertida pelo recebedor.

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