Bolsonaro sugere a Paulo Guedes que reforma tributária seja fatiada
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse considerar a aprovação da reforma tributária mais complicada do que as outras reformas e que, por isso, pediu ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para "fatiá-la". A proposta está parada no Congresso Nacional.
"A reforma administrativa é mais tranquila. Todos os servidores que estão aí vão manter os seus direitos. A outra reforma, a tributária, é mais complicada", disse Bolsonaro, em entrevista à CNN Brasil na tarde de hoje.
"Quando quer resolver tudo, no final da linha, a bancada dos governadores puxa para um lado, a bancada que atende a prefeitos puxa para o outro, e a oposição puxa pra outro. E você precisa de uma maioria qualificada. Impossível aprovar. Eu tenho falado com o Paulo Guedes que essa reforma seria muito bom se ela fosse feita de forma fatiada, que seria uma garantia de você avançar. Seria uma garantia de você avançar. Se jogar tudo na mesa e perder, a resposta não é boa para economia, para a Bolsa, dólar e para o Brasil como um todo", justificou Bolsonaro, em seguida.
No ano passado, o governo enviou um projeto para unificar impostos federais, mas não apresentou outras propostas que prometeu, como a desoneração da folha de pagamento com criação de novo imposto.
Segundo o jornal Folha de S.Paulo, a expectativa dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi a de que o relatório da reforma tributária fosse apresentado até o fim de fevereiro. No entanto, ainda não há previsão para esta etapa inicial.
O relator, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), ainda está em negociação com partidos. Depois disso, uma versão preliminar deve ser apresentada à cúpula do Congresso e ao governo.
PEC Emergencial
Bolsonaro (sem partido) minimizou a desidratação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial na Câmara. O chefe do Planalto agiu pessoalmente para alterar o texto, que destrava o novo auxílio emergencial, e liberar a possibilidade de progressão e promoção para servidores públicos no futuro.
"Se um ou outro dispositivo for suprimido faz parte da regra do jogo, mas o coração do projeto está sendo mantido", afirmou Bolsonaro em uma entrevista no Palácio da Alvorada. "Melhor você ter uma PEC emergencial aprovada com algumas supressões do que uma sem supressão rejeitada", argumentou.
O presidente reforçou que o governo retomará o auxílio emergencial com mais quatro parcelas de R$ 250 em média. A ampliação desse montante, porém, foi afastada pelo chefe do Executivo. "Se dar novas parcelas, teremos uma crise econômica", declarou o presidente, reforçando que o País está no limite do endividamento.
*Com informações da agência Estadão Conteúdo.
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