Com alta de combustíveis, inflação é a maior para março desde 2015
Pressionado pela alta nos preços dos combustíveis, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial no país, acelerou a 0,93% em março, após fechar em 0,86% em fevereiro. Esse é o maior resultado para um mês de março desde 2015, quando o índice foi de 1,32%.
No mesmo mês de 2020, a inflação havia ficado em 0,07%. O indicador acumula alta de 2,05% no ano e de 6,1% em 12 meses, acima dos 5,2% observados nos 12 meses imediatamente anteriores e acima do teto da meta estabelecida para este ano.
A meta de inflação para este ano é de 3,75%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos, ou seja, podendo variar entre 2,25% e 5,25%. É a primeira vez no ano que a inflação dos últimos 12 meses ultrapassa a meta.
Os dados foram divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e se referem às famílias com rendimento de um a 40 salários mínimos.
Combustíveis impulsionam alta
Assim como em fevereiro, os combustíveis voltaram a impulsionar a alta, com o aumento de 11,23%. Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, a gasolina nos postos teve alta de 11,26%, o etanol, de 12,59% e o óleo diesel, de 9,05%. O gás de botijão, por sua vez, teve alta de 4,98%.
Foram aplicados sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias entre fevereiro e março e isso acabou impactando os preços de venda para o consumidor final nas bombas
Pedro Kislanov, gerente da pesquisa do IBGE
"O mesmo aconteceu com o gás, que teve dois reajustes nas refinarias nesse período, acumulando alta de 10,46%, e agora o consumidor percebe esse aumento", completou o gerente da pesquisa.
Desta forma, a gasolina foi o item que contribuiu com o maior impacto no IPCA de março, com 0,60 ponto percentual.
Inflação dos alimentos desacelera
A inflação do grupo dos alimentos e bebidas desacelerou pelo terceiro mês consecutivo, chegando a uma alta de 0,13%. As variações anteriores foram de 1,74% em dezembro, 1,02% em janeiro e 0,27% em fevereiro. Veja os destaques:
- O tomate liderou a queda (-14,12%), seguido por
- batata-inglesa (-8,81%);
- arroz (-2,13%) e
- leite longa vida (-2,27%).
- As carnes subiram 0,85%, menos do que em fevereiro (1,72%).
Os alimentos tiveram alta de 14,09% em 2020, mas, desde dezembro, apresentam uma tendência de desaceleração. Alguns fatores contribuem para isso, como uma maior estabilidade do câmbio e a redução na demanda por conta da suspensão do auxílio emergencial nos primeiros meses do ano.
Pedro Kislanov
A pesquisa ainda apontou uma diferenciação: para quem só está comendo em casa, os preços tiveram uma queda de 0,17%. Já a alimentação fora do domicílio teve alta de 0,89%.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.