86% dos brasileiros temem ser alvo de fraude bancária, indica pesquisa
Uma pesquisa realizada pelo Observatório Febraban (Federação Brasileira de Bancos) mostrou que 86% dos entrevistados têm medo — sendo 53% com "muito" receio e outros 33% "algum" — de serem alvos de fraudes bancárias ou sofrerem alguma violação de seus dados pessoais. Outros 13% dizem ter pouco ou nenhum (3%) medo. A pesquisa foi feita entre os dias 18 e 25 de junho, com três mil pessoas nas cinco regiões do território nacional.
O número de entrevistados com medo de serem alvos de violação de dados é representativo mesmo com 42% deles apontando que enxergam uma evolução positiva na proteção de seus dados nos últimos cinco anos. Já outros 33% consideram que estão menos seguros e 22% não notaram nenhuma mudança.
A pesquisa também questionou a expectativa sobre o sistema de segurança de dados nos próximos cinco anos e 54% das pessoas disseram acreditar no aumento da segurança, já outros 22% acreditam que suas informações pessoais estarão menos seguras futuramente. O percentual de 19% crê que não haverá alteração nesse tipo de proteção.
A maioria dos entrevistados (53%) acredita ter controle sobre os seus dados, enquanto 44% acha que tem pouco ou nenhum controle (16%). Mesmo com o índice alto de pessoas que pensam que controlam suas informações, 75% demonstram preocupação sobre como empresas e instituições estão usando os seus dados.
Dados da Febraban indicam que os ataques de "phishing", conhecida como 'pescaria digital' de roubo de dados, aumentaram 100% no primeiro bimestre deste ano ante o mesmo período do ano passado. Golpes envolvendo falsa central telefônica e falso funcionário de banco cresceram cerca de 340%.
Legislação
A visão da maioria dos entrevistados (50%) é de que a atual legislação de proteção de dados é pouco eficiente, e 16% acham ser ineficiente. Outros 24% acham "eficiente" e 5% apontam que as leis são "muito eficientes".
Relacionado com o questionamento acima, 76% dos entrevistados querem uma regulamentação mais firme para punir o roubo de dados, enquanto 10% dizem que as leis deveriam ser mais leves.
Isaac Sidney, presidente da Febraban, declarou que a segurança digital afeta desde a pessoa física até grandes corporações e, por isso, é necessário colocar esse tema em pauta.
"Segurança digital é um tema que a sociedade precisa encarar de frente e já está fazendo, pois, diariamente esses crimes afetam pessoas e empresas, ganham espaço no noticiário econômico, político e policial envolvendo não só o cidadão, mas também grandes corporações e instituições públicas e privadas", disse.
Confira alguns números da pesquisa sobre os hábitos dos entrevistados para evitar o roubo de dados:
- 57% sempre ou frequentemente costumam escolher senhas fortes; 26% escolhem às vezes e 13% raramente ou nunca.
- 37% sempre ou frequentemente utilizam a biometria; enquanto 30% usam às vezes e 29% raramente ou nunca usam.
- 36% sempre ou frequentemente fornecem seus dados quando realizam compras em sites ou lojas físicas; 42% fornecem às vezes e 20%, nunca ou raramente o fazem.
- 33% sempre ou frequentemente aceitam a política de cookies; 36%, às vezes e 27%, raramente ou nunca.
- 29% sempre ou frequentemente mudam suas senhas; 43% mudam às vezes e 25% raramente ou nunca.
- 26% geram cartão online para uso por tempo determinado; 24% recorrem a esse serviço às vezes e 44%, raramente ou nunca.
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