Villa: Aguardar para ver se o novo Bolsa não é mais um teatro de Bolsonaro
O colunista do UOL e historiador Marco Antonio Villa afirmou hoje, durante o UOL News, que a sociedade deve aguardar para entender se a MP (Medida Provisória) do novo Bolsa Família, entregue hoje pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à Câmara dos Deputados, serve como cortina de fumaça para tirar a atenção dos ataques do mandatário à democracia.
É questão de aguardar para ver se isso não é mais um teatro para desviar a atenção dos constantes ataques que Jair Bolsonaro faz ao Estado Democrático de Direito, à Constituição e aos poderes constituintes"
Marco Antonio Villa no UOL News
A fala do historiador se refere aos constantes ataques que Bolsonaro têm feito a membros do STF (Supremo Tribunal Federal), em especial ao ministro Alexandre de Moraes, e o ministro do STF e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso. Na sexta-feira (6), o presidente chamou Barroso de "filha da p...." em um vídeo que circula as redes sociais.
O historiador destacou que uma questão fundamental é saber os detalhes técnicos da proposta do novo Bolsa Família, que se chamará "Auxílio Brasil", além de saber se o benefício tem um objetivo maior em prol do povo e não apenas uma questão eleitoral, visto que Bolsonaro deve se candidatar à reeleição em 2022.
"[Queremos] saber com que objetivo e se ele, além de ser um objetivo eleitoral, que é o que todo mundo disse e parece muito óbvio, tem algum objetivo maior, que é a questão da defesa da cidadania, de construir condições para aqueles que vivem próximo da linha da pobreza e da miséria possam, com esses recursos e com outras ações do estado, sair da terrível situação que vivem."
Villa pontuou que, na sua opinião, a preocupação com a população não deve ser um ponto do novo programa de benefício social já que o próprio ministro da Economia, Paulo Guedes, e os membros do governo não conhecem as entranhas e dificuldades que assolam o país.
"Paulo Guedes desconhece o Brasil. Se pegar o mapa do Brasil, ele teria dificuldades de identificar sequer os estados. Nunca teve na maior parte do Brasil, a sua equipe social é um verdadeiro desastre. Vamos ver o que vai ocorrer além do teatro que eles fizeram — ruim, malfeito — por pessoas que não tem qualquer identificação social no país."
O colunista ainda afirmou que não crê que o novo Bolsa Família aumente a popularidade do governo, nomeado pelo historiador como "impopular", e ponderou que Bolsonaro pode não concorrer às eleições no próximo ano.
"Sinceramente, eu não creio [que o programa aumente a popularidade] do governo. Se é que Bolsonaro chega ao processo eleitoral de outubro de 2022, o que eu acho remotíssima essa possibilidade. Porque ele conspira contra as instituições, bate de frente, ameaça golpe de estado e vai chegar o momento que as instituições vão responder, no sentido democrático e republicano, pelo que determina a constituição. Acho improvável que ele chegue ao processo eleitoral", finalizou.
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