Desemprego no país cai a 13,7%, mas ainda atinge 14,1 milhões de pessoas
A taxa de desemprego no país caiu para 13,7% no trimestre fechado em julho, uma redução de 1 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em abril (14,7%). Na comparação com o trimestre encerrado em julho de 2020, houve estabilidade (13,8%).
Apesar da diminuição na taxa, o país ainda soma 14,1 milhões de pessoas na fila em busca de um trabalho. O número representa queda de 4,6% (menos 676 mil pessoas) em relação ao trimestre terminado em abril (14,8 milhões de pessoas), mas aumentou 7,3% (mais 955 mil pessoas) ante o mesmo trimestre de 2020 (13,1 milhões de pessoas).
Os dados fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O indicador usa trimestres móveis, que não correspondem necessariamente ao primeiro, segundo, terceiro e quarto trimestres do ano.
De acordo com o IBGE, a queda na taxa de desemprego foi influenciada, principalmente, pelo aumento no número de pessoas ocupadas (89 milhões), que avançou 3,6%, com mais 3,1 milhões no período. Com isso, o nível de ocupação subiu para 50,2%.
Essa é a primeira vez, desde o trimestre encerrado em abril de 2020, que o nível de ocupação fica acima de 50%, o que indica que mais da metade da população em idade para trabalhar está ocupada no país Adriana Beringuy, analista da pesquisa
Houve aumento no emprego com carteira assinada no setor privado e nos postos de trabalho informais. O emprego com carteira assinada avançou 3,5%, com mais 1 milhão de pessoas, totalizando 30,6 milhões no trimestre até julho.
O número empregados no setor privado sem carteira (10,3 milhões) cresceu 6,% na comparação com o trimestre móvel anterior.
A taxa de informalidade subiu dos 39,8% do trimestre móvel anterior para 40,8%, no trimestre encerrado em julho.
Trabalho por conta própria e trabalho doméstico atingem recordes
O trabalho por conta própria atingiu o patamar recorde de 25,2 milhões de pessoas, um aumento de 4,7%, com mais 1,1 milhão de pessoas. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o contingente avançou 3,8 milhões, alta de 17,6%.
Segundo Adriana, essa é a forma de inserção que mais vem crescendo nos últimos trimestres na Pnad, embora o trabalho com carteira assinada comece a ter resultados mais favoráveis.
Já o trabalho doméstico aumentou 7,7%, somando 5,3 milhões de pessoas. Comparado ao mesmo período do ano anterior, houve adicional de 739 mil pessoas.
Em um ano, a população ocupada cresceu 7 milhões. Adriana, no entanto, destaca que esse crescimento tem como base de comparação o mesmo trimestre de 2020, quando a ocupação ainda era afetada pela pandemia do novo coronavírus. "Embora tenha havido um crescimento sucessivo ao longo dos trimestres, mostrando recuperação da ocupação, a população ocupada segue inferior ao período pré-pandemia em cerca de 5 milhões de pessoas", disse a analista.
Informalidade impulsiona aumento de ocupados
O trabalho informal, que inclui aqueles sem carteira assinada (empregados do setor privado ou trabalhadores domésticos), sem CNPJ (empregadores ou empregados por conta própria) ou trabalhadores sem remuneração, chegou a 36,3 milhões de pessoas — no trimestre anterior, eram 34,2 milhões.
Há um ano esse contingente era menor, 30,7 milhões e uma taxa de 37,4%, o menor patamar da série.
Subocupados atingem novo recorde
Os trabalhadores subocupados por insuficiência de horas trabalhadas — aqueles que trabalham menos horas do que poderiam trabalhar — chegou a um número recorde de 7,7 milhões de pessoas, um aumento de 7,2%, com mais 520 mil pessoas. Em relação ao ano anterior, o indicador subiu 34%, quando havia no país 5,8 milhões de pessoas subocupadas.
Já o contingente de pessoas subutilizadas, aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial, foi de 31,7 milhões, uma redução de 4,7% em relação ao trimestre anterior (33,3 milhões).
Os desalentados — pessoas que desistiram de procurar trabalho devido às condições do mercado — somam 5,4 milhões de pessoas e tiveram uma redução de 10% no trimestre fechado em julho, em relação ao trimestre encerrado em abril. Em relação ao mesmo período do ano passado, esse contingente teve uma redução de 7,3%, quando havia no país 5,8 milhões de pessoas desalentadas no Brasil.
Metodologia de pesquisa
A amostra da pesquisa por trimestre corresponde a 211 mil domicílios pesquisados. O IBGE considera desempregado quem não tem trabalho e procurou algum nos 30 dias anteriores à semana em que os dados foram coletados. Cerca de dois mil entrevistadores trabalham na pesquisa, em 26 estados e no Distrito Federal.
Existem outros números sobre desemprego, apresentados pelo Ministério da Economia, com base no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Os dados são mais restritos porque consideram apenas os empregos com carteira assinada.
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