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'Prévia' do PIB cai em agosto, após duas altas; em 12 meses, sobe 3,99%

IBC-Br, considerado uma prévia informal do PIB (Produto Interno Bruto), tem queda de 0,15% em agosto, segundo o BC - Getty Images
IBC-Br, considerado uma prévia informal do PIB (Produto Interno Bruto), tem queda de 0,15% em agosto, segundo o BC Imagem: Getty Images

Do UOL, em São Paulo

15/10/2021 09h11Atualizada em 15/10/2021 10h25

Após dois meses de alta, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" informal do PIB (Produto Interno Bruto), registrou queda de 0,15% em agosto, na comparação com o mês anterior. Os dados foram divulgados hoje pelo Banco Central.

A queda foi pior que o esperado por analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters, que previam recuo de 0,05% no mês.

Em relação a agosto do ano passado, o nível de atividade da economia brasileira avançou 4,74%. Em 2021, o IBC-Br acumula alta de 6,41%. Em 12 meses, de 3,99%.

Em um cenário de inflação e desemprego altos, aumento de custos e restrições de oferta, além de alta na taxa básica de juros, a atividade voltou ao vermelho em agosto pela primeira vez desde maio.

Somado a isso, o Banco Central revisou com força o resultado de julho para baixo, passando de um avanço de 0,6% para apenas 0,23%.

Recuo da atividade econômica

O cenário ainda é de fortes incertezas e ruídos políticos, com o ano eleitoral cada vez mais perto, e o país vem registrando ainda piora na confiança do consumidor e das empresas, apesar do avanço da vacinação contra a covid-19.

O BC passou a ver crescimento do PIB este ano de 4,7%, uma redução em relação à previsão anterior, de 4,6% antes. Em sua primeira projeção para a economia em 2022, calculou alta de 2,1%.

O BC alertou que o ciclo de elevação da taxa básica de juros conduzido para domar uma inflação descrita como "intensa e disseminada" irá afetar a atividade no ano que vem.

Os especialistas também vêm piorando seu cenário para o crescimento do PIB brasileiro tanto para 2021 quanto para 2022, vendo taxas de crescimento respectivamente de 5,04% e 1,54% de acordo com a pesquisa Focus, do BC.

Desempenho negativo de varejo e serviços

Em meio à inflação alta, o desempenho do varejo ampliado (-2,5%) decepcionou as expectativas, conforme o indicador do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O comportamento da indústria (-0,7%) também ficou aquém do esperado diante dos problemas na cadeia de suprimentos global.

Por outro lado, o volume de serviços prestados ficou um pouco acima do esperado (0,5%) em meio ao avanço da vacinação contra a covid-19 e ao processo de reabertura da economia.

De julho para agosto, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 139,44 pontos para 139,23 pontos na série dessazonalizada. Este é o menor patamar desde junho deste ano (139,12 pontos).

Entenda o IBC-Br

O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.

O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).

A estimativa incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.

*Com Estadão Conteúdo e Reuters