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Bolsonaro diz que ordenará fim da bandeira de escassez hídrica em novembro

Presidente afirmou que determinará a ministro "volta da bandeira normal" - Anderson Riedel/PR
Presidente afirmou que determinará a ministro 'volta da bandeira normal' Imagem: Anderson Riedel/PR

Do UOL, em São Paulo

14/10/2021 21h46Atualizada em 14/10/2021 22h52

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) declarou hoje que determinará que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, acabe com a bandeira de escassez hídrica a partir do mês que vem. A taxa passou a valer no começo de setembro para a conta de luz e representa um aumento de quase 50% em relação à bandeira vermelha patamar 2, que estava sendo aplicada no mês anterior.

"Meu bom Deus nos ajudou agora com chuva, estávamos na eminência de um colapso e não podíamos transmitir pânico à sociedade", disse ele em evento religioso em Brasília.

Dói a gente autorizar o ministro Bento Albuquerque, de Minas e Energia, a decretar a bandeira vermelha, dói no coração, sabemos da dificuldade da energia elétrica. Vou pedir a ele... Pedir não, determinar que volte à bandeira normal a partir do mês que vem.

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Ciocchi, disse ontem que as chuvas registradas nos últimos dias são bem-vindas, mas não resolvem o problema da escassez hídrica.

"Essa chuva vem em boa hora, mas não resolve o problema. É muito cedo para ter a real percepção da estação chuvosa", disse ele durante evento. "Tendo uma situação mais confortável, as termoelétricas mais caras podem sair, mas a mobilização deve continuar. Ao término desta estação chuvosa vamos avaliar."

A secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, afirmou ontem em entrevista que a bandeira de escassez hídrica não estava sendo suficiente para cobrir o aumento do custo dos combustíveis usados pelas termelétricas, mas descartou um novo aumento.

"O que sabemos, pelo que as distribuidoras nos trouxeram, é que a bandeira de escassez hídrica não será suficiente para a cobertura de todos os recursos que utilizamos para a segurança energética", disse ela em entrevista. "Os preços dos combustíveis estão subindo muito."

Quando a bandeira de escassez hídrica foi anunciada, era previsto que ficasse em vigor até 30 de abril de 2022. No mês passado, Bento Albuquerque afirmou que não havia previsão do fim da taxa extra.

"Não há data determinada para isso terminar. Nós trabalhamos com planejamento, metodologia, mas estamos vivendo uma crise hídrica que mês a mês as afluentes são menores, e isso tira a previsibilidade de quando essa crise vai acabar", disse ele em entrevista à RedeTV.

O objetivo das bandeiras tarifárias é remunerar o uso de usinas termelétricas, que têm custo mais alto. As termelétricas estão sendo utilizadas por causa da seca, que diminuiu o reservatório de hidrelétricas e prejudicou a geração de energia. O país vive a pior crise hídrica em 90 anos.