Reservatórios têm nível mais baixo para esta época do ano desde 2000
Os reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste registraram o nível mais baixo para esta época do ano desde 2000, quando se iniciou a série histórica do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico). Ontem, o armazenamento médio era de 16,86% — o menor índice, quando comparado com mesmo dia nos outros anos.
Esses reservatórios respondem por mais da metade do potencial de geração de energia do país. Até então, o pior armazenamento no dia 14 de outubro fora registrada em 2018, com 21,27% — índice superado agora.
O valor deste ano fica atrás inclusive do registrado em 2001, quando o Brasil passava por racionamento de energia. Naquela ocasião, os reservatórios estavam em 21,38%.
Crise hídrica
O país passa pela pior crise hídrica em 91 anos. A falta de chuvas levou à redução do nível dos reservatórios e tornou necessário o uso de outras fontes de energia, como as termelétricas, que têm custo mais alto.
Atualmente, vigora no país a bandeira tarifária de escassez hídrica, a mais cara. A taxa, que passou a valer no começo de setembro, representa um aumento de quase 50% em relação à bandeira vermelha patamar 2, que estava sendo aplicada no mês anterior.
Quando foi anunciada, a previsão era de que a bandeira de escassez hídrica ficasse em vigor até 30 de abril de 2022. No mês passado, porém, o ministro afirmou que não havia previsão do fim da taxa extra.
Ontem, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que determinará que o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, acabe com a bandeira de escassez hídrica a partir do mês que vem. O ministro, porém, não tem esse poder, já que a responsabilidade é da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).
Apesar das afirmações de Bolsonaro, hoje a Creg (Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética) informou a manutenção de flexibilização hidráulica nas hidrelétricas Jupiá e Porto Primavera até fevereiro de 2022. O objetivo, segundo o ministério de Minas e Energia, é reduzir a queda e elevar o nível dos reservatórios do país.
Apesar das chuvas dos últimos dias, o diretor-geral do ONS, Luiz Ciocchi, lembrou que apesar de bem-vindas, elas não resolvem o problema.
Nessa semana, a secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, Marisete Pereira, chegou a dizer que a bandeira de escassez hídrica não estava sendo suficiente para cobrir o custo das termelétricas, mas descartou um novo aumento.
* Com informações de Reuters
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