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Bolsa cai 3,3% após anúncio de auxílio de R$ 400; dólar vai a R$ 5,60

Ontem o dólar subiu 1,21%, fechando a R$ 5,521 na venda - Reprodução
Ontem o dólar subiu 1,21%, fechando a R$ 5,521 na venda Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

19/10/2021 09h26Atualizada em 19/10/2021 17h02

O dólar comercial operava em alta, e a Bolsa em forte queda na tarde tarde de hoje (19). Pouco antes do fechamento, por volta das 16h50 (horário de Brasília), a moeda norte-americana subia 1,44%, negociada a R$ 5,60 na venda. No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), operava em queda de 3,37%, aos 110.569,56 pontos.

O mercado reagia negativamente a notícias sobre aumento do valor do novo Bolsa Família para R$ 400, com gastos fora do teto. O governo havia marcado o lançamento do novo auxílio para a tarde desta terça-feira, mas cancelou o evento de última hora. Mesmo assim, o dólar continuou em alta, e a Bolsa, tombando.

Ontem (18) o dólar subiu 1,21%, fechando a R$ 5,521 na venda, e a Bolsa fechou a 114.428,180 pontos, com baixa de 0,19%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Auxílio fora do teto de gastos

Investidores temem que as discussões sobre auxílios resultem no rompimento do teto de gastos —tido por eles como âncora fiscal do Brasil —, o que golpearia um já fragilizado cenário para as contas públicas no país.

Na manhã de hoje, o chefe do cerimonial da Presidência encaminhou aos ministros um convite para a cerimônia de lançamento do Auxílio Brasil, programa que o governo quer que substitua o Bolsa Família. De olha na eleição do ano que vem, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) quer subir o valor do benefício para R$ 400, sendo R$ 100 fora do teto de gastos.

Segundo profissionais do mercado, a notícia avivava os temores de descontrole fiscal, com Bolsonaro procurando chegar competitivo às eleições presidenciais do ano que vem.

Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou em entrevista ao site da revista Veja discussão de um programa social fora do teto de gastos públicos.

Lira defendeu que, diante dos impactos sociais provocados no Brasil pela pandemia de covid-19, não se pode priorizar a responsabilidade fiscal e o respeito ao teto de gastos em detrimento das necessidades da população mais vulnerável.

"Os mercados devem ficar na defensiva, enquanto observam o desenrolar dos acontecimentos", afirmou o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, em nota a clientes.

O noticiário sobre a PEC dos precatórios, que seria votada em comissão especial da Câmara ainda nesta terça, também atraía atenção de operadores. A PEC é a aposta do governo para abrir espaço no teto de gastos para a criação do Auxílio Brasil. A votação, porém, foi cancelada.

Atuação do BC no mercado de dólar

O dólar operava em alta apesar da atuação do Banco Central, que vendeu hoje todo o lote ofertado de até US$ 500 milhões no mercado à vista nesta terça-feira, na primeira operação do tipo desde março.

A divulgação do edital do leilão ocorreu na noite de segunda-feira. O uso desse instrumento vem depois de, nos últimos dias, o BC recorrer à venda de contratos de swap cambial tradicional (um derivativo) para suprir demanda do mercado por dólares.

O BC realizou a oferta de dólar à vista nesta terça depois de a cotação superar R$ 5,57 na máxima da sessão. Essa marca havia sido alcançada pela última vez na quarta-feira passada, quando o BC deu início a uma série de intervenções no mercado de câmbio via swaps.

Apenas na véspera, o BC injetou no mercado US$ 1,2 bilhão em dinheiro "novo" via swaps.

Este conteúdo foi gerado pelo sistema de produção automatizada de notícias do UOL e revisado pela redação antes de ser publicado.

Com Reuters