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'Não faço ideia', diz Aro sobre auxílio de R$ 400 sem superar teto

O deputado federal Marcelo Aro - Reprodução
O deputado federal Marcelo Aro Imagem: Reprodução

Colaboração para o UOL, em Brasília

20/10/2021 17h04Atualizada em 20/10/2021 17h44

O deputado federal Marcelo Aro (PP-MG), relator da MP (Medida Provisória) que trata do Auxílio Brasil, disse não ter ideia de como será possível prover R$ 400 para os beneficiários do novo Bolsa Família sem estourar o teto de gastos.

"Hoje, Bolsonaro disse que o mínimo (do Auxílio Brasil) é R$ 400. E tudo dentro do teto. Isso é o paraíso, porque fomentamos o auxílio social. Como Bolsonaro fará isso não faço ideia. Alguém amanhã pode dizer para ele que isso pode não ser viável. Mas a equipe econômica, quando quer, tem solução para tudo. Pode ter algum recuo nas próximas horas", falou à CNN Brasil.

Nada justifica extrapolar o teto e é irresponsabilidade fiscal."
Marcelo Aro

Segundo o deputado, ele foi "surpreendido" com reuniões para tratar do assunto sem ele. "O combinado (até semana passada) era pegar o orçamento do Bolsa Família e elevar, dentro do teto, em uma política de Estado e não de governo", afirmou.

Da forma idealizada por Aro, o Auxílio seria política de Estado, ou seja, independente do presidente do país e poderia continuar existindo com ou sem a reeleição de Bolsonaro na eleição de 2022. Dessa forma, o texto feito pelo deputado, se aprovado, teria mais chance de permanecer em vigor por mais tempo no Brasil.

Na entrevista, Aro falou que, para chegar aos R$ 400 por beneficiário como pede Bolsonaro, é preciso elevar o orçamento para R$ 85 bilhões. O ministro da Cidadania, João Roma, teria instruído o relator da MP.

"Eles pagariam R$ 34 bilhões pelo programa permanente e o resto viria de dois auxílios temporários, um dentro do teto e o outro fora. Falaram que iam anunciar ontem de tarde, mas eu sou contra o auxílio temporário - ele deve ser permanente para ser uma mudança de Estado", explicou Aro.

Com a resistência do relator da MP, o governo então começou a estudar "um caminho de jogar isso na PEC dos Precatórios", conforme disse o deputado. "Outra pessoa do governo me disse que seriam R$ 50 bilhões de auxílio temporário no extra teto. O que era ruim ficou pior. Isso até ontem à noite", disse.