Bolsonaro defende auxílio de R$ 400 sem furar o teto, mas não explica como
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu hoje o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil, programa que vai substituir o Bolsa Família. Em evento em Russas (CE), Bolsonaro rebateu críticos e disse que não vai furar o teto de gastos com a proposta, mas não explicou como fará isso.
"Ontem nós decidimos, como está chegando ao fim o auxílio emergencial, dar uma majoração ao antigo programa Bolsa Família, agora chamado Auxílio Brasil, de R$ 400", disse.
"Temos a responsabilidade que estes recursos venham do próprio orçamento da União. Ninguém vai furar teto, ninguém vai fazer nenhuma estripulia no orçamento, mas seria extremamente injusto deixar aproximadamente 17 milhões de pessoas com valor tão pouco do Bolsa Família", completou.
Ontem, o governo chegou a confirmar um evento para apresentar detalhes do programa que vai substituir o Bolsa Família, mas cancelou diante da repercussão do mercado com as informações adiantadas pela imprensa. Ontem, a Bolsa tombou 3,28% e o dólar comercial subiu 1,33%, fechando a R$ 5,594.
Conforme publicou ontem a colunista do UOL Carla Araújo, o presidente, que tem buscado aumentar a popularidade em busca da reeleição, decidiu que, além dos R$ 300 que tinha combinado para turbinar o Bolsa Família, quer um formato que ainda beneficie os chamados "invisíveis", que não atenderiam aos critérios do programa, com um ticket médio de R$ 100, ampliando o benefício para a faixa dos R$ 400.
A medida implica financiar parte do programa com recursos de fora do teto de gastos, o que foi visto com preocupação por investidores. Ainda não há uma nova data para a apresentação do projeto, que pode passar por alterações.
Em seu discurso, Bolsonaro citou o valor atual do Bolsa Família para defender o projeto de elevá-lo a R$ 400. Ele ainda voltou a criticar as medidas de distanciamento social adotadas por governadores e prefeitos durante a pandemia, ignorando que elas eram defendidas pela grande maioria da comunidade médica e científica como forma mais eficaz de controlar a disseminação do novo coronavírus.
"Hoje a média é de R$ 192 e a média do auxílio emergencial é R$ 250. Com a política do fica em casa, estamos pagando conta alta da inflação dos alimentos e combustíveis. Impossível os que mais necessitam viverem com tão pouco", disse.
Em outro momento do discurso, sem citar diretamente o Auxílio Brasil, Bolsonaro disse que respeita a "lei do teto' ao criticar governos anteriores.
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