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Lula diz que Bolsonaro precisa dar auxílio de R$ 600: 'Povo merece'

Lula defendeu que a população precisa do auxílio de R$ 600 - Reprodução
Lula defendeu que a população precisa do auxílio de R$ 600 Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

20/10/2021 09h04Atualizada em 20/10/2021 09h54

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu hoje que o Auxílio Brasil, programa que vai substituir o Bolsa Família, seja de R$ 600. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) propõe que o valor do benefício seja de R$ 400.

Durante entrevista à Rádio A Tarde de Salvador, Lula se referiu ao novo programa como "auxílio emergencial", mas o que está sendo tratado neste momento pelo governo é o valor do Auxílio Brasil.

Tô vendo agora o Bolsonaro dizendo que vai dar auxílio emergencial de R$ 400 que vai durar até o final do ano que vem. Tem muita gente dizendo que não podemos aceitar, é auxílio emergencial eleitoral. Não, eu não penso assim. Penso que faz mais de 5 meses que o PT pediu um auxílio de R$ 600. Aliás, o PT pediu e mandou uma proposta para a Câmara dos Deputados de um novo Bolsa Família de R$ 600. O que queremos é que o Bolsonaro dê um auxílio emergencial de R$ 600. 'Ah, ele vai tirar proveito disso', é problema dele Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

"Se alguém acha que vai ganhar o povo porque vai dar salário emergencial de R$ 600, paciência. Eu acho que o povo merece os R$ 600 e ele tem que dar, não tem que ficar inventando, e nós reivindicamos isso. Não podemos querer que o povo continue na miséria por causa das eleições de 2022", acrescentou o petista, provável adversário de Bolsonaro no pleito do ano que vem.

Conforme publicou ontem a colunista do UOL Carla Araújo, Bolsonaro, que tem buscado aumentar a popularidade em busca da reeleição, decidiu que, além dos R$ 300 que tinha combinado para turbinar o Bolsa Família, quer um formato que ainda beneficie os chamados "invisíveis", que não atenderiam aos critérios do programa, com um ticket médio de R$ 100, ampliando o benefício para a faixa dos R$ 400.

A medida implica financiar parte do programa com recursos de fora do teto de gastos, o que foi visto com preocupação por investidores. Ainda não há uma nova data para a apresentação do projeto, que pode passar por alterações.

Ontem, o governo chegou a confirmar um evento para apresentar detalhes do programa, mas cancelou diante da repercussão do mercado com as informações adiantadas pela imprensa. A Bolsa tombou 3,28% e o dólar comercial subiu 1,33%, fechando a R$ 5,594.

Segundo apurou Carla Araújo, a ameaça de debandada na equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, fez o governo adiar o anúncio.

O deputado federal Marcelo Aro (PP-MG), relator da Medida Provisória do Auxílio Brasil, afirmou ontem que o governo planeja manter R$ 400 como valor mínimo do benefício somente até 2022. Para ele, a ideia tem "fins eleitoreiros".

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Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado no título e em versão anterior deste texto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que o valor do Auxílio Brasil seja de R$ 600, e não R$ 400. A informação foi corrigida.