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Relator diz que governo planeja auxílio de R$ 400 só até fim de 2022

O deputado federal Marcelo Aro - Reprodução
O deputado federal Marcelo Aro Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

19/10/2021 20h10Atualizada em 19/10/2021 20h34

O deputado federal Marcelo Aro (PP-MG), relator da Medida Provisória do Auxílio Brasil, programa social substituto do Bolsa Família, afirmou que o governo planeja manter R$ 400 como valor mínimo do benefício somente até 2022. Para ele, a ideia tem "fins eleitoreiros".

Aro se reuniu no começo desta noite com os ministros João Roma (Cidadania), Ciro Nogueira (Casa Civil) e Flávia Arruda (Secretaria de Governo), e afirmou que o plano é dividir os R$ 85 bilhões necessários para bancar o programa em dois: uma parte permanente de R$ 35 bilhões, mesmo custo do Bolsa Família, e uma parte temporária de R$ 50 bilhões, que viria através da medida provisória e valeria até dezembro de 2022.

"Isso não é política pública de Estado, é política pública temporal, política pública passageira, política pública que, na minha opinião, tem fins eleitoreiros e não de mudança de vida da camada mais humilde e mais necessitada da população", declarou ele em entrevista coletiva.

O deputado disse que trabalhava no relatório com um limite de R$ 60 bilhões, "para que não houvesse problema orçamentário para o governo". Ele já havia criticado o que chamou de "mudança abrupta" e disse ter acompanhado a decisão por meio da imprensa.

Mais cedo, o governo cancelou de última hora o evento de lançamento do Auxílio Brasil. O anúncio de que o presidente Jair Bolsonaro teria decidido subir o valor do auxílio para R$ 400 repercutiu negativamente no mercado financeiro, com o dólar comercial disparando e a Bolsa tombando mais de 3%. Dentro do governo ainda não havia um consenso sobre como viabilizar o programa sem ultrapassar o teto de gastos —a regra fiscal que limita a despesa pública ao Orçamento do ano anterior corrigido pela inflação.

Aro condenou a postura do governo. "Ficou feio para o governo, marcou o evento, cancelou o evento, e eu acredito que o próprio governo agora que tem que nos dar respostas. Eu estou falando dessa última conversa que tive com o ministro João Roma e ele me disse que a proposta do governo é essa, tirar da medida provisória o auxílio temporal", disse.