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Plantação de feijão no PR está menor, mas produtividade fará safra aumentar

Shelley Pauls/Unsplash
Imagem: Shelley Pauls/Unsplash

Viviane Taguchi

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/11/2021 04h00

O relatório mensal do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná registra redução de 9% na área de plantio de feijão nesta safra de verão (setembro/21 a junho/22), em comparação com a safra 20/21.

Mas, devido a uma maior produtividade, de 1.973 quilos por hectare, o volume deve ser 7% maior que o colhido no ano passado, com 274,5 mil toneladas.

"Grande parte das lavouras se apresenta em boas condições, ainda que as adversidades climáticas [ventos fortes e chuvas de granizo no mês passado] tenham prejudicado algumas áreas, que terão de ser replantadas, com aumento de custo", disse Salatiel Turra, chefe do Deral.

Segundo o relatório, a safra de verão deve injetar no mercado 25,37 milhões de toneladas de grãos em geral (além do feijão, entram nessa conta milho, trigo e soja), 9% acima do que foi produzido na safra passada.

A área cultivada com grãos de verão é de 6,2 milhões de hectares e, segundo o órgão, é 1% maior que a área plantada na temporada anterior.

De acordo com o secretario de Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara, os agricultores estavam temerosos com os efeitos do La Niña, que traz muita instabilidade.

Mas as chuvas intensas em outubro ajudaram as plantações, recuperando a umidade do solo em todo o estado, e 60% da área destinada para a soja já foi plantada. Segundo ele, 93% da área de plantio de milho e 88% das lavouras de feijão também já foram semeadas.

As lavouras de milho devem ocupar 423,7 milhões de hectares e produzir 4,1 milhões de toneladas do cereal. As de soja, cultivadas em 5,6 milhões de hectares, devem totalizar 20,8 milhões de toneladas.

Cereais de inverno

O relatório do Deral também projetou dados sobre a safra de cereais de inverno. A safra de trigo, por causa da estiagem de agosto e setembro, deve ter perdas de 289 mil toneladas em relação ao previsto no relatório anterior, que apontava 3,5 milhões de toneladas.

Agora, a projeção é de 3,2 milhões de toneladas. Mais de 80% da área plantada já foi colhida. "Isso significa que o Brasil vai ter que importar um volume ainda maior para suprir as necessidades de trigo, justamente em um momento de alta volatilidade do dólar e de preços internacionais mais altos que nos últimos sete anos", disse o agrônomo do Deral Carlos Godinho.

A cevada, segundo Godinho, tem melhores condições. Segundo ele, 79% das lavouras estão bem. "Algumas áreas foram afetadas pelas chuvas de granizo, mas a produção estimada é 18% acima do que foi produzido na safra anterior, em uma área 19% maior [76 mil hectares]", afirmou. A região de Guarapuava (PR) é a que mais produz esse cereal no Brasil.